O comércio do Rio Grande do
Norte voltou a exibir fôlego em outubro, após a retração registrada no mês
anterior. Dados divulgados nesta quinta-feira 11 pela Pesquisa Mensal do
Comércio (PMC), do IBGE, mostram que o volume de vendas do varejo ampliado potiguar
cresceu 0,8% em relação a setembro, revertendo a queda de 0,3% observada
anteriormente. A receita nominal acompanhou o movimento, com alta de 0,6% no
período, já considerando os ajustes sazonais.
O varejo ampliado — que
engloba veículos, motos, partes e peças, material de construção e o atacado
especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo — mantém-se como um
termômetro relevante das condições de consumo no Estado, especialmente em um cenário
de crédito ainda restrito e custos elevados para as famílias.
Na comparação com outubro de
2024, o desempenho é ainda mais favorável: o setor avançou 2,8% em volume de
vendas e 7,6% em receita, indicando melhora consistente da demanda.
Hiper e supermercados puxam o resultado
O segmento composto por hiper
e supermercados, alimentos, bebidas e fumo — grupo de maior peso na estrutura
do varejo — registrou alta de 0,2% em volume e 0,7% em receita frente a
setembro. Na comparação interanual, o salto foi expressivo: 8,3% em vendas e
12,8% em receita, desempenho que garantiu ao Rio Grande do Norte o segundo
melhor resultado do País, atrás apenas do Amapá.
O comportamento aponta
retomada do consumo de itens essenciais, tradicionalmente mais resilientes em
períodos de oscilação econômica, mas que vinham mostrando volatilidade ao longo
do ano devido à perda de renda das famílias e às pressões inflacionárias.
Acumulados mantêm trajetória
de alta
No acumulado de janeiro a
outubro, o varejo restrito do Rio Grande do Norte cresceu 4,1% em volume e 9,5%
em receita nominal frente ao mesmo período de 2024. Em 12 meses, as altas foram
de 3,9% e 9,3%, respectivamente — ritmos que, embora moderados, sustentam
tendência de expansão.
O varejo ampliado também
registrou avanços: alta de 2,4% no volume de vendas e 8,2% na receita no
acumulado do ano. Em 12 meses, o crescimento ficou em 2,6% para vendas e 8,4%
para receita nominal. O desempenho reforça a recuperação gradual dos setores de
veículos e material de construção, que enfrentaram períodos mais longos de
retração.
Indicador estratégico para
governo e mercado
Criada para medir mensalmente
a evolução do comércio no país, a PMC é uma das principais referências usadas
por governos, empresas e instituições financeiras para traçar cenários de curto
prazo. A pesquisa permite avaliar tendências do consumo, identificar pressões
sobre a renda e orientar decisões de investimento e planejamento.
Com a recuperação observada em
outubro, o RN encerra o mês com sinais mais positivos, ainda que dependentes da
capacidade de manutenção da renda, da trajetória dos juros e da confiança das
famílias. O comportamento dos próximos meses dirá se o Estado consolidará a
retomada ou se o avanço será mais um movimento pontual em um ano marcado por
oscilações.
Agora RN
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