O plenário do Senado aprovou
nesta terça-feira (1º) um projeto de lei que torna a vaquejada e o rodeio
manifestação cultural nacional e patrimônio cultural imaterial. Como o texto já
foi aprovado também pela Câmara, segue agora para sanção do presidente da
República, Michel Temer.
Na vaquejada, um boi é solto
em uma pista e dois vaqueiros, montados em cavalos, tentam derrubar o animal
pelo rabo.
No mês passado, contudo, o
Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu derrubar uma lei do Ceará que
regulamentava a vaquejada. Por 6 votos a 5, os ministros consideraram que a
atividade impõe sofrimento aos animais e, portanto, fere princípios
constitucionais de preservação do meio ambiente.
Mesmo com a decisão do Senado
desta terça, prevalecerá o entendimento da Suprema Corte. A proposta aprovada
pelos parlamentares não regulamenta a prática, com parâmetros e regras.
A decisão da Corte em outubro
provocou reações no Congresso Nacional. Além disso, na semana passada,
manifestantes a favor da vaquejada chegaram a ocupar o gramado central da
Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Sessão do Senado
Defensores da atividade
afirmam que a vaquejada faz parte da cultura regional, que se trata de uma
atividade econômica importante e movimenta cerca de R$ 14 milhões por ano.
"Os espetáculos do rodeio
e da vaquejada, que abrangem uma série de manifestações esportivas, recreativas
e culturais, consistem em manifestações já há muito cultivadas pela população
de diversas regiões do país", argumenta o senador Otto Alencar (PSD-BA),
por exemplo, relator da proposta.
O texto foi aprovado nesta
terça pelo Senado em votação simbólica, embora tenham ocorrido discursos a
favor e contra o projeto. Durante a sessão, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR),
por exemplo, argumentou que uma sociedade "avançada" não pode tratar
os animais dessa forma.
"Por que que a humanidade
precisa do sofrimento animal para se divertir? [...] Eu não posso achar que é
cultural uma situação dessas, nem que ela é benévola. Porque foi cultural por
muito tempo, no mundo romano, colocar os escravos para lutarem entre si. Isso
era defendido. Foi cultural a escravidão no Brasil. Uma sociedade avançada não
pode tratar seus animais assim", afirmou Gleisi.
Bastidores
Auxiliares de senadores que
defenderam a proposta avaliam que o objetivo do projeto é "preparar o
terreno" para que o Congresso aprove, futuramente, a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) que libera a vaquejada e o rodeio como modalidades
esportivas, apresentada na Câmara na semana passada.
G1
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