A inflação - medida pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) - fechou o mês de
novembro com variação de 0,26%, o menor resultado do indicador para os meses de
novembro desde a taxa de 0,23% de 2007.
Os dados foram divulgados hoje
(23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Rio de
Janeiro, e indicam que o resultado acumulado de janeiro a novembro é de 6,38%,
bem abaixo dos 9,42% anotados em igual período do ano passado.
Apesar do índice relativamente
baixo, a taxa de novembro deste ano é 0,07 ponto percentual maior que a de outubro: 0,19%. Considerando os últimos 12
meses, o índice foi para 7,64%, também abaixo dos 8,27% registrados nos 12
meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2015, havia sido 0,85%.
Retração
A retração dos preços dos
alimentos, que, por algum tempo vinha pressionando a inflação para cima, mais
uma vez contribuiu para que a inflação ficasse em patamar baixo, uma vez que o
grupo saúde e cuidados pessoais continuou pressionando para cima.
Segundo o IBGE, enquanto os
preços do grupo alimentação e bebidas fecharam com deflação (inflação negativa)
de 0,06%, os de saúde e cuidados pessoais chegaram a subir 0,68%. O grupo
vestuário, com variação também negativa (-0,03%), contribuiu para segurar os
preços do IPCA-15, em novembro.
Alimentação tem redução de
preços
Mesmo fechando novembro com
queda de preços menos intensa do que em outubro, o grupo alimentação e bebidas
acusou redução de preços em vários dos produtos considerados pelo IBGE como importantes
na composição da cesta das famílias.
Os dados indicam que, com a
inflação negativa de 0,06% em novembro, o IPCA-15 já acumula nos últimos dois
meses uma queda de 0,31 ponto percentual. O principal destaque ficou com o
leite longa vida, produto importante para muitas famílias. Ele passou a custar
10,52% a menos em novembro, e, com isso, exerceu o principal impacto para baixo
no índice do mês (-0,12 ponto percentual).
Outros itens alimentícios que
se destacaram foram: feijão-carioca (-11,84%), feijão-mulatinho (-7,82%),
tomate (-6,61%) e cenoura (-4,31%), todos vilão da inflação há pouco tempo.
Mesmo com o grupo em queda, alguns alimentos exerceram pressão de alta sobre o
índice, especialmente açúcar cristal (3,73%), pescados (3,91%), batata-inglesa
(3,26%), cerveja (2,36%) e carnes (1,43%).
Influência dos seguros e
planos de saúde
Os números do IPCA-15 trazem
em novembro uma tendência de alta, com destaque para o etanol, cujo litro ficou
7,29% mais caro, e, assim, exercendo o mais elevado impacto individual no mês
(0,07 ponto percentual). O IBGE chama a atenção, também, para o item multa [de
trânsito] pelo expressivo aumento de 23,72%, como reflexo do reajuste médio de
53%, em vigor desde 1º de novembro.
Outros itens que também
influenciaram o resultado do mês foram: seguro de veículo (2,61%), plano de
saúde (1,07%), empregado doméstico (0,87%), mão de obra para pequenos reparos
(0,87%), artigos de higiene pessoal (0,87%), emplacamento e licença (0,80%),
cabeleireiro (0,67%) e gasolina (0,59%).
Pesquisa por regiões
A análise regional do IPCA-15
mostra que, em novembro, a alta mais expressiva foi registrada na região
metropolitana de Recife (0,55%), resultado que chega a ser 0,29 ponto
percentual superior à média nacional de 0,26%. Também apresentaram resultados
acima da média nacional o Rio de Janeiro e São Paulo, com alta de 0,29%.
Já a menor variação foi
anotada em Goiânia, onde o IPCA-15 fechou com inflação negativa de 0,03%,
influenciada pela queda de 4,15% do item energia elétrica. Também tiveram
variação perto de zero Belém e Porto Alegre com alta de apenas 0,3%.
O que é o IPCA-15
Prévia da inflação oficial do
país, o IPCA-15 tem praticamente a mesma metodologia do índice utilizado pelo
Banco Central para o balizamento das metas de inflação. A diferença está na
periodicidade e na abrangência geográfica.
Para o IPCA-15, os preços
foram coletados no período de 14 de outubro a 14 de novembro (mês de
referência) e comparados com os vigentes de 15 de setembro a 13 de outubro. O
indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos.
Agência Brasil
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