
As informações foram divulgada
pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fábio Kanczuk.
O governo também revisou as estimativas da inflação oficial, medida pelo Índice
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Pelas novas previsões, o IPCA
acumulado em 2017 ficará em 4,7%, ante 4,8% estimado em agosto. Para 2016, a
projeção para a inflação caiu de 7,2% para 6,8%, segundo a equipe econômica.
Spread
Em agosto, o governo havia
chegado a rever para cima a previsão do PIB para 2017, de 1,2% para 1,6%.
Segundo Fábio Kanczuk, a revisão atual tem relação com o quadro de
endividamento das empresas e o aumento da percepção de risco pelo mercado. De
acordo com ele, o spread (diferença entre o custo do dinheiro para o banco e o
quanto ele cobra para emprestá-lo) está subindo, o que sinaliza um crédito mais
caro e maior risco atribuído pelo setor bancário às empresas.
“ [O efeito] era totalmente esperado, mas a
dimensão dele só está se tornando clara agora. Isso [risco] está puxando os
spreads para cima. A gente continua falando de recuperação econômica, mas tem
um pouco de atraso para que haja essa digestão do aumento da dívida sobre o
lucro [das empresas]”, disse.
Meta fiscal
Kanczuk afirmou ainda que,
independentemente da revisão do PIB, o governo está comprometido com a meta
fiscal do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência). Para
2016, a meta é déficit de R$ 170,5 bilhões. Para 2017, é déficit de R$ 139
bilhões.
O secretário admitiu que o PIB
menor pode levar a queda das receitas do governo, o que dificultaria o
cumprimento da meta fiscal neste ano e no próximo. No entanto, ele não deu uma
estimativa do possível impacto e disse que "outros fatores" poderiam
influenciar positivamente a arrecadação.
“Se nenhuma outra projeção for
alterada, a projeção de receita cai. Mas tem um monte de outros fatores
acontecendo ao mesmo tempo. A projeção de receita também é [feita] em função de
câmbio, de massa salarial. Há outras coisas para apurar com cuidado e ver o que
vai acontecer”, disse o secretário.
O ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, já havia adiantado na semana passada, durante viagem a Nova
York, que o governo revisaria a estimativa de crescimento do PIB para o ano que
vem.
Pela manhã, o boletim Focus,
pesquisa semanal que reúne projeções de diversas instituições financeiras para
e economia, reduziu de 1,13% para 1% a previsão de alta do PIB em 2017. Para
2016, as instituições financeiras elevaram a estimativa de queda do PIB, de
3,37% para 3,4%.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente