Mergulhados na maior crise financeira
de sua história, os Correios decidiram acabar com um dos seus principais
produtos: o e-Sedex. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, o anúncio deve ser
feito nos próximos dias. No entanto, a possibilidade de encerrar o serviço
gerou reação entre os franqueados, que já preveem queda de receitas e prometem
recorrer à Justiça para que o produto continue a ser comercializado.
O e-Sedex é um serviço dos
Correios exclusivo para comércio eletrônico. Seu preço é quase igual ao de uma
encomenda convencional, mas tem exatamente os mesmos os prazos de entrega do
Sedex normal. O que difere é que a área de cobertura é restrita a algumas
cidades e há o limite de peso de objetos postados — de até 15 quilos.
Procurado pelo GLOBO, o
presidente dos Correios, Guilherme Campos Júnior, confirmou a medida. Disse que
é uma das ações para sanear a empresa.
— O e-Sedex tem preço de PAC
(serviço convencional) e qualidade de Sedex. Isso é ter a liberdade de ser
solteiro com o conforto de casado — disse o executivo.
FRANQUIAS DEFENDEM REAJUSTE DE
PREÇO
No entanto, a ideia de cortar
esse produto das prateleiras dos Correios fez com que os franqueados
reclamassem. Segundo a Associação Brasileira de Franquias Postais (Abrapost), o
e-Sedex responde por 30% do faturamento das lojas.
— O que está deixando a gente
assustado é que recebemos centenas de ligações de associados querendo saber o
porquê de os Correios terem decidido acabar com o e-Sedex. Não sei responder. A
gente está muito preocupado hoje com a possibilidade de o cliente ir para a
concorrência — disse Chamoun Hanna Joukeh, presidente da Abrapost.
Para ele, o ideal seria
reajustar o valor do e-Sedex, e não acabar com o produto:
— Reajuste a marca e não jogue
ela fora.
No entanto, o presidente dos
Correios disse que a decisão está tomada. Os contratos com as lojas virtuais
serão descontinuados, e postagens de encomendas pelo serviço não serão mais
aceitas depois da virada do ano.
Procurado pelo Globo, os
Correios informaram que as necessidades do e-commerce são atendidas por todos
os serviços de encomendas e não apenas por esse serviço específico.
“Com a evolução do e-commerce
brasileiro, todos os serviços de encomendas — PAC, Sedex, Sedex 12, Sedex 10,
Sedex Hoje e Logística Reversa — passaram a ser utilizados pelos clientes para
a entrega dos produtos adquiridos via web”, diz nota.
O Globo
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