No fim de setembro, a sonda
Juno, da NASA, voou a 300 km da superfície de Europa, uma das quatro
maiores luas de Júpiter (que tem, ao todo, 79 satélites naturais). Esse foi o
olhar mais próximo da humanidade para o astro congelado em mais de 20
anos,
A espaçonave aproveitou a
ocasião para capturar imagens de Europa, entre elas, a mais detalhada já feita
até hoje desse mundo coberto de gelo, que os cientistas acreditam ser um dos
lugares mais prováveis do Solar para hospedar vida extraterrestre.
No registro, é possível ver a superfície congelada da lua atravessada por cumes e sulcos, além de uma infinidade de características incomuns. Borrões escuros mancham o gelo no canto superior direito da imagem e no canto inferior esquerdo.
Segundo os cientistas, essas
manchas podem ter sido produzidas por algum material borbulhando das
profundezas do oceano de Europa e entrando em erupção no gelo.
Retratando uma área de 150 km
de comprimento e 200 km de largura, o registro também revela uma estranha depressão
em forma de vírgula invertida que se espalha por 67 km de norte a sul e por 37
km de leste a oeste.
Já os pequenos pontos brancos
espalhados por toda a imagem são “assinaturas de partículas de alta energia
penetrantes do ambiente de radiação severa ao redor da Lua”, segundo comunicado
emitido pela equipe científica responsável pela espaçonave.
O registro foi obtido pela
câmera da Unidade de Referência Estelar (SRU), instrumento que geralmente ajuda
a sonda Juno a manter sua orientação, determinando sua posição em relação às
estrelas do cosmos circundante. Durante o sobrevoo recorde, a SRU duplicou sua
capacidade científica, capturando a impressionante imagem em preto e branco.
De acordo com a nota oficial
da NASA, a imagem mostra a superfície de Europa com uma resolução de 256 a 340
m por pixel. Curiosamente, a SRU fez o registro à noite, quando a única coisa
que iluminava a lua era a luz refletida pelos topos das nuvens de Júpiter.
“Esta imagem está
desbloqueando um nível incrível de detalhes em uma região não anteriormente
fotografada em tal resolução e sob tais condições reveladoras de iluminação”,
disse Heidi Becker, pesquisadora-chefe da SRU, no comunicado. “O uso de uma
câmera star-tracker para a ciência é um grande exemplo das
capacidades inovadoras da Juno. Essas características são tão intrigantes.
Entender como se formaram – e como elas se conectam à história de Europa – nos
informa sobre processos internos e externos que moldam sua crosta gelada”.
Conforme destaca o site Space.com,
o principal objetivo científico de Juno era focar no planeta Júpiter, mas
quando a missão foi estendida em 2021, os cientistas reservaram algum tempo de
observação para três das quatro principais luas do gigante gasoso.
Em junho do ano passado, Juno
fez um sobrevoo próximo em Ganimedes, a maior lua de todo o Sistema Solar,
obtendo imagens impressionantes.
“Com este sobrevoo em Europa,
Juno já viu de perto duas das luas mais interessantes de Júpiter, e suas
crostas de gelo parecem muito diferentes umas das outras”, disse Scott Bolton,
físico do Southwest Research Institute e principal investigador do
projeto Juno. “Em 2023, Io, o corpo mais vulcânico do sistema solar, se juntará
ao clube”.
Olhar Digital
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