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quarta-feira, 7 de junho de 2023

RN tem aumento de doenças respiratórias, segundo a Fiocruz

O Rio Grande do Norte está entre os estados brasileiros que registraram aumento de casos do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), aponta boletim do InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na ultima quinta-feira (1º).  Ambos os casos estão relacionados a gripes e resfriados e, em suas formas mais avançadas, podem causar pneumonias e bronquites. No caso da VSR, o principal alvo são as crianças. Já na população acima de 15 anos, os casos de SRAG estão associados ao vírus Influenza A em  31% deste público, sendo o H1N1 a maioria dos subtipados em todo o País, aponta o boletim. 

 

Natal está  entre as 14 capitais que apresentam sinal de crescimento de SRAG, bem como Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), João Pessoa (PB), Macapá (AP) e outras. O aumento já era observado desde o mês de abril deste ano, mas teve sua consolidação no mês de maio. Outros estados como Acre, Alagoas, Bahia e Ceará também apresentam as mesmas características do RN. 

No cenário nacional, a prevalência entre casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de VSR, com 45,7%;  covid-19 aparece em segundo, com  23,5%, seguindo de influenza A (17,8%) e influenza B (6,9%). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos teve como liderança a Covid-19 (51,7%), seguida da influenza A (20,9%); influenza B (12,3%); VSR (10,4%).

 

Enquanto outras doenças tornam a aparecer após o período pandêmico, o vírus da Covid-19 saiu de um patamar de 80% dos casos positivos em março para um percentual de 53% no período analisado – 23 de abril a 20 de maio – em pessoas a partir de 15 anos. 

 

Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cidade Satélite também foi observado um aumento nas entradas de pacientes com síndromes respiratórias, de acordo com o administrador da unidade, Fernando Santiago, 28. “Já tem uns dois meses que a gente está com um quadro bem infeccioso com relação a essa parte respiratória de crianças e adultos também”, diz. Ela diz ainda que a demanda tem sido atendida pelos profissionais da unidade, mesmo que com certa demora.

 

Uma das crianças que precisou ficar no hospital  devido a um quadro de pneumonia no mês de maio foi Eliza Adrade, de três anos. Segundo a sua mãe, Márcia Andrade, 42, a criança ficou internada durante três dias na unidade de Cidade da Esperança. Ela diz que o quadro começou como uma gripe com muita tosse, mas evoluiu em pouco tempo. A saturação da menina chegou a cair para 92, considerado baixa.

 

A menina foi transferida para um hospital da capital, onde ficou mais uma semana. Ainda segundo a mãe, a internação foi difícil. “Ela gente passou maus bocados. Foi a primeira vez que isso aconteceu com a minha filha, eu fiquei bem mal, mas graças a Deus ela está bem agora”, comenta Márcia. De acordo com ela, o motivo da doença foi uma combinação de imunidade, gripe mal curada e mudança climática constante. 

 

Causa é multifatorial

 

De acordo com o médico infectologista e diretor do hospital Giselda Trigueiro, André Prudente, o aumento de casos de pneumonia se dá por uma série de fatores que inclui a quantidade de vírus em circulação que podem evoluir para  a pneumonia. Influenza, VSR e SRAG são os principais deles e os que mais acometem as crianças, tanto que elas fazem parte do grupo prioritário da vacinação contra a gripe. “Tem outros vírus que fazem com que o acometimento pulmonar seja presente principalmente em crianças”, diz. 

 

Ainda de acordo com o médico, as crianças são as principais acometidas por não terem o sistema imunológico completamente formado, dentre outros fatores. “É multifatorial. Primeiro a questão imunológica e por isso as crianças são mais acometidas porque não desenvolveram imunidade para diversos agentes, para diversos vírus”, continua. 

 

A notificação também está entre os fatores, ele diz. Devido à pandemia, nos ultimos três anos, o que mais foi notificado foi covid-19. “Por conta da pandemia, todo o perfil epidemiológico do mundo mudou. Então, quando você teve aquele 'bum' do covid, você praticamente só tinha covid. Então, você tem os dados dos últimos três anos com esse viés. Os dados foram todos voltados para covid e os outras doenças não eram tão comuns e acabavam não sendo notificadas”, diz. 

 

Aliado aos outros fatores, a baixa cobertura vacinal  contra outros agentes também dá sua parcela de contribuição. “A cobertura vacinal de todas as vacinas está bastante baixa e aí inclui influenza, tanto é que o Ministério da Saúde prorrogou a campanha de vacinação para influenza porque não atingiu os objetivos. Para criança tem também a vacina contra pneumococo – uma bactéria que provoca pneumonia – que também está baixa”, finaliza.           

 

Vacinação abaixo do esperado

 

De acordo com dados do RN+Vacinas, a vacinação contra influenza atingiu apenas 35% da cobertura esperada. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap), cerca de 330 mil pessoas foram vacinadas contra a influenza, mas o número ainda está distante da meta estabelecida, que é de 830 mil vacinados.

 

Por isso a pasta  ampliou a vacinação em todo o estado, destinada a população em geral a partir de seis meses de idade, em parceria com os municípios. Para influenza foram destinadas 60 mil doses, outras 20 mil doses do imunizante bivalente da covid-19 e a mesma quantidade de vacina contra a febre amarela.


Tribuna do Norte

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