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domingo, 31 de julho de 2011

IMPRESSÕES SOBRE O CANGAÇO – parte 3

Continuando a saga de Antônio Silvino, o justiceiro do sertão.

Em 1900, Antônio Silvino afirma-se como chefe de um grupo de cangaceiros independentes, como Jesuíno Brilhante e outros.

- Em 1906 as ações de Antônio Silvino voltam-se cada vez mais contra as autoridades locais.
Conta-se que em Poço Comprido, no Estado de Pernambuco, o Sr. Joaquim Tavares Vieira de Melo, um dos seus fundadores, era colecionador de armas, e possuía um verdadeiro arsenal em sua casa, e quando argumentado sobre o porquê de tantas armas ele respondia que era para pegar o cangaceiro Antônio Silvino, que costumava rondar a vila.
- Em 24 de novembro de 1914 Antonio Silvino é ferido e preso, em Lagoa da Laje - PE, na fazenda de Joaquim Pedro, pelo alferes Theophanes Ferraz Torres, comandante de uma das forças volantes. Naquele tiroteio muitos morreram e poucos conseguiram fugir.
Já baleado, e para não ir preso, Joaquim Moura, o lugar-tenente do cangaceiro, se suicidou com um tiro de rifle. O confronto durou cerca de uma hora, o tempo que o bando esgotou a munição das cartucheiras.
Nesse tiroteio uma bala de fuzil atravessou o pulmão direito de Antônio Silvino, indo sair na região subaxilar. Mesmo ferido, conseguiu chegar à residência de um amigo e se entregou à polícia. Estava com 39 anos de idade.

Preso e levado imediatamente para a cadeia de Taquaritinga, teve que viajar a cavalo, dentro de uma rede por cerca de 40 km até a estação da Rede Ferroviária em Caruaru. Destino final: Casa de Detenção da Capital Pernambucana.
Foi transportado em um trem especial da Great Western, vindo do Recife, onde uma multidão o aguardava, querendo ver, de perto, o famoso cangaceiro.

O pastor Manoel de Souza Andrade pregou o evangelho ao cangaceiro quando este se encontrava nas proximidades de Caruaru, e depois quando cumpria pena de prisão perpétua em Recife.

O cangaceiro se tornou o prisioneiro 1122 da cela 35, do raio leste. Em vista dos vários processos e pelos vinte anos da vida no cangaço, foi condenado a 239 anos e 8 meses de prisão.

Na prisão, com seu comportamento exemplar, aprendeu a ler e escrever, também a fabricar abotoaduras, brincos e pequenos artefatos de crina de cavalo, ganhando algum dinheiro com suas vendas.

Encarcerado, recebeu visitas ilustres: Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Luis da Câmara Cascudo, Nilo Pereira, José Américo de Almeida e outras personalidades importantes. Recusava-se, sistematicamente, a receber jornalistas.

Sua libertação se deu 23 anos, 2 meses e 18 dias da sua prisão, em 19 de fevereiro de 1937, quando recebeu o indulto do Presidente Getúlio Vargas.

Na época declarou: "Minha vida todo mundo conhece. Vinte e três anos de reclusão alteraram o meu destino. Mas, diga lá fora, que eu nunca roubei nem desonrei ninguém, e, se matei algumas pessoas, foi em defesa própria, evitando cair nas mãos de inimigos".

Não retornou ao cangaço.

Levando uma vida normal, vivia numa casa modesta, com a prima Teodulina Alves Cavalcanti que morava com o esposo. Morreu 7 anos depois da sua libertação, aos 69 anos de idade, na Rua Arrojado Lisboa, em Campina Grande, no ano de 1944.

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“A exaltação dos cantadores pelas façanhas de Antônio Silvino chegou ao delírio”, disse Câmara Cascudo, que para comprovar sua afirmação, apresenta uma prova:

“Cai uma banda do céu, / seca uma parte do mar,
o purgatório resfria, / vê-se o Diabo com medo,
o céu Deus manda trancar!”

“Admira todo o mundo / quando eu passo em um lugar.
O mato afasta os ramos, / deixa o vento de soprar,
se perfilam os passarinhos. / Os montes dizem aos caminhos:
- Deixai Silvino passar! ...”

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