“Desci do ônibus. Um garoto
chamado Douglas, talvez, mais novo que eu, sabia dos meus desentendimentos com
a professora e perguntou se eu tinha coragem de puxar um ferro (um arma) e me
entregou um revólver, parece que calibre 38, não sei bem, não entendo”, disse a
adolescente de 15 anos, entrando em contradição durante depoimento ao delegado
Pedro Paulo Falcão, na delegacia de plantão Zona Sul, nessa sexta-feira(16).
Por não ter antecedentes e ser menor, ela será autuada por porte ilegal de arma
e liberada.
Durante o depoimento, a
adolescente não soube explicar de onde conhecia o menor que teria fornecido a
arma. Ela afirmou que ele não estudava no colégio. “Ele já me entregou com a
munição dentro da arma. Coloquei dentro da bolsa, nervosa”, resumiu.
Questionada por sua reação em
sala de aula, a menor disse que pretendia apenas dar um susto na professora.
“Juro por Deus que não tinha a intenção de matar. Eu estava me sentindo
humilhada pela professora, que já tinha me chamado um dia de burra, me levado a
diretoria, me retirei do local, perguntaram se fui suspensa, disse que não.
Posso dizer que não tive forças pelo peso da arma”, explicou.
Contudo, indagada pelo
delegado se o revólver estava engatilhado, ela afirmou, e logo depois,
questionada sobre se sabia o que era uma arma no gatilho, ela, visivelmente
nervosa, disse que não. “A arma era pesada, estava dentro da minha bolsa. Não
cheguei a apontar o revólver para ela. Só sei que de repente um homem lá da
diretoria surgiu, segurou meu pescoço e saiu me arrastando dizendo que eu não
iria fazer aquilo. Em seguida, a arma disparou
e gritei que meu pé estava sangrando”, contou.
Durante o depoimento, o
delegado Pedro Paulo Falcão perguntou se a adolescente estava arrependida da
ação, e, emocionada, ela desabafou. “Pediria de joelhos perdão a ela. Não
pensei na família dela, nem na minha. Acho que a professora não vai me
perdoar”, finalizou.
Abalada, a professora, de identidade preservada,
revelou a imprensa o medo de retornar ao trabalho, por isso, pretende pedir
licença. Ela estranhou o comportamento da jovem, que, no geral, era considerada
boa aluna. “Temi pela minha vida, não paro de tremer”, desabafou a educadora
com 27 anos de trabalhos prestados.
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