Ontem, quinta feira, 01, o
pleno do TRE – Tribunal Reginal Eleitoral do RN cassou a prefeita de Mossoró Claudia
Regina [DEM]. A partir desta decisão, o TRE decidiu enviar os autos do processo
para que o Ministério Público tome ciência e “as medidas cabíveis” havendo
configuração de prática de improbidade administrativa por parte da governadora.
Foram vários os casos
denunciados ao logo do processo de utilização da máquina pública estadual em
benefício de Cláudia e Wellington. Tanto que os advogados dos dois lados
citaram a governadora inúmeras vezes para dizer foi ela a responsável por todas
as irregularidades.
“Houve um estelionato
eleitoral em Mossoró quando a governadora reuniu, por exemplo, os amantes do
futebol mossoroense, mesmo sem ordenamento de despesa, licitação, projeto ou
recursos para, com apenas uma maquete de três metros, afirmar que haveria uma
reforma no estádio Nogueirão com o mero objetivo eleitoreiro”, exemplificou uma
das irregularidades o advogado Marcos Araújo, da coligação Frente Popular
Mossoró Mais Feliz (encabeçada por Larissa Rosado, candidata derrotada em
Mossoró por Cláudia Regina), que foi o autor da ação contra a atual prefeita.
É importante lembrar que além
da utilização desse caso do Nogueirão, o processo cita vários acontecimentos em
que Rosalba teria “misturado” obras – ou o mero anúncio delas, sem qualquer
previsão real de realização – do Governo do Estado com a política partidária, a
elevação do nome de Cláudia Regina e a importância de Cláudia Regina ser eleita
prefeita. Como se os benefícios a cidade só estivessem garantidos se a
candidata fosse eleita.
Além disso, Rosalba, segundo a
denúncia, teria se utilizado da influência do Governo do Estado, por meio da
publicidade paga nos principais jornais e blogs mossoroenses, para controlar a
mídia local em favor da candidata dela, conseguindo manchetes positivas para
Cláudia Regina e Wellington Filho.
Do outro lado do processo, ou
seja, do lado de defesa de Cláudia Regina, as práticas da governadora não foram
defendidas. Pelo contrário, foram alvos de crítica pelo fato dela tê-las
praticado, mas não ter sido incluída na ação como litisconsorte passivo. “A
defesa ficou prejudicada porque em todo momento teve que fazer a defesa de um
terceiro”, afirmou o advogado Sanderson Mafra.
É importante lembrar que, de
qualquer forma, o mérito dessa causa, ou seja, se Rosalba realmente praticou ou
não as irregularidades, não foi julgado no TRE. A Corte eleitoral analisou
apenas a legalidade da anulação da sentença (entenda o caso no box ao lado). As
práticas irregulares, porém, já haviam sido confirmadas pelo juiz eleitoral
Herval Sampaio, autor da decisão em primeira instância que cassou Cláudia
Regina e Wellington Filho pelo abuso de poder econômico e uso da máquina
pública estadual.
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