A Polícia Federal deflagrou
uma operação na manhã desta segunda-feira (17) para desarticular diversas
quadrilhas que usavam um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo operações no
mercado clandestino de câmbio. Ao todo, foram expedidos 47 mandados de prisão
preventiva, temporária ou condução coercitiva, em seis Estados e no Distrito
Federal.
A operação foi batizada de
"Lava-Jato", porque um dos envolvidos usava uma lavanderia e um posto
de combustível como fachada. Os grupos, segundo a PF, teriam realizado
movimentações atípicas que somam R$ 10 bilhões, lavando dinheiro para pessoas
físicas e jurídicas ligadas a crimes como tráfico internacional de drogas,
corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração,
contrabando de pedras preciosas e desvios de recursos públicos, entre outros.
Os mandados de prisão foram
emitidos pela Justiça Federal do Paraná.
A operação envolve 400
policiais nas cidades de Curitiba, São José dos Pinhais, Londrina e Foz do
Iguaçu, no Paraná; São Paulo, Mairiporã, Votuporanga, Vinhedo, Assis e
Indaiatuba, no Estado de São Paulo; Brasília, Águas Claras e Taguatinga do Norte,
no Distrito Federal; Porto Alegre (RS); Balneário Camboriú (SC); Rio de Janeiro
(RJ); e Cuiabá (MT).
Também estão sendo cumpridos
81 mandados de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de imóveis de
alto padrão, apreensão de patrimônio e bloqueio de dezenas de contas e
aplicações bancárias.
O esquema
De acordo com a PF, o esquema
funcionava em três etapas. Na primeira, as organizações criminosas de diversos
segmentos, como tráfico de drogas, contrabando de pedras preciosas, corrupção e
desvio de recursos públicos, procuravam doleiros para 'lavar o dinheiro'.
Na segunda, os doleiros,
localizados em Estados como São Paulo, Paraná e no Distrito Federal, utilizavam
empresas de fachada na China e Hong Kong para simular operações de importação e
exportação e enviar o dinheiro para fora do país, o que dava uma aparência de
legalidade às transações.
A terceira e última etapa
começava depois que o dinheiro chegava à China. Os recursos eram reenviados aos
criminosos por meio de transferências para contas no exterior ou mesmo no
Brasil.
A PF informou que no caso das
quadrilhas envolvidas com o tráfico internacional de drogas, as remessas
ilegais eram utilizadas para comprar drogas fora do país.
Uol
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