
“Não podemos pensar em
segurança sem considerar o importante papel exercido pelos vigilantes privados,
numa atuação complementar ao aparato público. Por isso, estamos trazendo para a
nossa Casa esse debate. Muitas das reivindicações da categoria dizem respeito
ao projeto em tramitação no Congresso Nacional, o Estatuto da Segurança
Privada”, afirmou Ricardo Motta.
O parlamentar citou dados da
Comissão Independente para Assuntos de Segurança Privada (CIASP-RN), como os 86
atentados registrados contra vigilantes, que resultaram em três vítimas fatais.
Em 2016 já se somam 34 atentados, incluindo quatro agentes feridos gravemente e
um vigilante morto em serviço. “Acrescentamos a estes dados, a ocorrência dessa
semana, quando registrou-se um assalto a
um carro forte por homens encapuzados e usando coletes da Polícia Civil, no
estacionamento do supermercado Hiper Bompreço, na Avenida Prudente de Morais,
em plena luz do dia”, disse o parlamentar.
O governo não enviou
representantes para o debate e os participantes criticaram a ausência. A
audiência contou com a presença do procurador do Ministério Público do Trabalho
no RN, Luís Fabiano Pereira; do deputado federal Rafael Motta (PSB); do
vereador Sandro Pimentel (PSOL), representando a Câmara Municipal de Natal, do
coordenador geral da Comissão Independente para Assuntos de Segurança Privada,
Alexandre Bispo e do representante do Sindicato das Empresas de Vigilância
Privada do RN (SINDESP/RN), Edmilson Pereira de Assis, que também é
vice-presidente da Federação Nacional das Empresas de Vigilância (FENAVIST).
Debate
O vereador Sandro Pimentel,
que realizou debate sobre o mesmo tema na Câmara, alertou para as péssimas
condições de trabalho da categoria: “Eles trabalham com armas e coletes
vencidos, sem manutenção”, afirmou. O procurador do Trabalho, Luís Fabiano Pereira,
disse que os números da violência no Brasil são números de guerra: “É
extremamente perigoso viver no Brasil. O que vivemos hoje é uma guerra onde se
tenta a toda hora sobreviver”.
O procurador afirmou que os
altos índices de violência são resultado da insuficiência de uma política de
resultados. “Não existe ninguém que possa deixar de ser responsabilizado por
todos os quadros que estão instalados. Torcemos pelo aprimoramento da
legislação naquilo que for pertinente”, disse.
O deputado federal Rafael Motta
se colocou à disposição da categoria e afirmou que o Estatuto do Desarmamento
tem que ser revisto. “Estamos desarmando o cidadão de bem, enquanto o bandido
está cada vez mais equipado. Esperamos que a gente possa viver numa sociedade
mais justa e pacificada”, afirmou o parlamentar.
Vice-presidente da FENAVIST e
representando o SINDESP/RN, Edmilson Pereira de Assis disse que os empresários
também estão bastante preocupados com a questão. “Muitos órgãos não oferecem a
menor condição para o vigilante trabalhar e nossa orientação é no sentido de
que o sindicato exija condições e brigue por condições melhores”, afirmou. O
empresário disse que a lei atual está ultrapassada e já não atende mais as
necessidades dos vigilantes nem de empresas.
Representando os Vigilantes de
Base, Alexandre Bispo disse estar preocupado porque cada vez mais a
marginalidade vem se aperfeiçoando e é preciso atualizar a legislação.
“Infelizmente a regulamentação está parada desde 2012 e aguardamos urgentemente
que ela seja posta em prática. Queremos pedir extensivamente que olhem mais
para nossa categoria, não porque sejamos diferenciados, mas porque somos apenas
pais e mães de família que escolhemos essa profissão para o sustento”, disse.
Apesar de ser federal, os vigilantes e empresários contam com apoio dos
legisladores locais para reforçar a agilidade na tramitação da legislação
federal.
ALRN
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente