A tarde e a noite desta
sexta-feira (24) foram movimentadas no sistema prisional potiguar. Segundo a
Coordenadoria de Administração Penitenciária (Coape), um detento escapou pela
porta da frente do Centro de Detenção Provisória de Candelária, na Zona Sul de
Natal, e dois detentos foram encontrados mortos: um no CDP de Parnamirim, que
fica na região Metropolitana da capital, e o outro na Cadeia Pública de
Caraúbas, na região Oeste. Em ambos os casos, sindicâncias serão instauradas
para apurar as eventuais responsabilidades.
Diretor da Coape, Zemilton
Silva contou ao G1 que a fuga no CDP de Candelária aconteceu por volta das
20h30. O detento que escapou foi identificado como Luciano Amaral Bezerra, de
42 anos, mais conhecido como 'toupeira'. Preso por tráfico de drogas, ele
trabalhava na limpeza da unidade. "Após uma faxina, ele foi levar o lixo
para fora e não voltou", relatou.
Quanto a responsabilidades
pela fuga, Zemilton ressaltou que a equipe de plantão deverá ser ouvida durante
a sindicância, pois mesmo sendo considerado de confiança, "o preso jamais
deveria ter deixado a unidade sem supervisão".
Com a fuga de 'toupeira',
chega a 250 o número de presos que já escaparam do sistema prisional em 2016.
Alguns foram recapturados, mas nem a Secretaria de Justiça (Sejuc) nem a
Secretaria de Segurança Pública (Sesed) sabem precisar a quantidade de
fugitivos que retornaram aos presídios.
Enforcados
A morte no CDP de Parnamim foi
registrada por volta das 12h, momento em que o corpo de Igor Alves da Silva, de
18 anos, foi encontrado dependurado pelo pescoço. Zemilton explicou que somente
a perícia da polícia técnica porderá atestar se o detento tirou a própria vida
ou se foi vítima de um homicídio. De acordo com a Divisão de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP), o preso tinha marcas de unhas no pescoço.
Diretor do CDP, João Victor
fez questão de ressaltar que a unidade não possui histórico de fugas e que
passou ilesa pelas rebeliões que aconteceram em março do ano passado.
Já na Cadeia Pública de
Caraúbas, a vítima foi Wanderson Bruno Martins de Freitas. "O preso foi
encontrado durante uma revista estrutural na unidade. Estava dependurado pelo
pescoço dentro de um banheiro", disse o diretor Sérgio Idelfonso. A
polícia trabalha com a possibilidade de assassinato.
15 mortes em 2016
Com as mortes destes dois
detentos, chega a 15 o número de presos encontrados mortos dentro de unidades
prisionais do Rio Grande do Norte apenas em 2016.
Sistema em calamidade
O sistema penitenciário
potiguar não passa por um bom momento. E faz tempo. Em março de 2015, após uma
série de rebeliões em várias unidades prisionais, o governo decretou estado de
calamidade pública e pediu ajuda à Força Nacional. Para a recuperação de 14
presídios, todos depredados durante os motins, foram gastos mais de R$ 7
milhões. Tudo em vão. As melhorias feitas foram novamente destruídas.
Atualmente, em várias unidades, as celas não possuem grades e os presos
circulam livremente dentro dos pavilhões.
G1RN
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