Os investidores acompanharam o
bom humor nos mercados externos, em mais um dia marcado por ausência de
interferência do Banco Central no câmbio, mesmo após o tombo recente da moeda.
A moeda norte-americana fechou
em queda de 2,08%, cotado a R$ 3,237 na venda – menor cotação de fechamento
desde 22 de julho de 2015 (R$ 3,2257).
Na mínima do
dia, o dólar chegou a R$ 3,2285, segundo a agência Reuters.
A divisa já havia recuado
2,61% na véspera diante da recuperação dos mercados globais, acumulando queda
de 4,64% em duas sessões.
Acompanhe a cotação ao longo
do dia
Às 9h09, queda de 1,29%, a R$
3,2633
Às 10h, queda de 1,23%, a R$
3,2654
Às 10h19, queda de 1,48%, a R4
3,2571
Às 11h20, queda de 1,59%, a R$
3,2533
Às 12h, queda de 2,09%, a R$
3,2366
Às 13h, queda de 2,03%, a R$
3,2387
Às 13h40, queda de 1,78%, a R$
3,247
Às 14h59, queda de 1,44%, a R$
3,2583
Às 15h40, queda de 1,98%, a R$
3,2405
Às 16h30, queda de 2,08%, a R$
3,2372
O dia foi marcado por queda do
dólar em relação a várias moedas de países emergentes, mas no Brasil o recuo
foi mais intenso por fatores internos, como explica Rafael Gonçalves, analista
do departamento econômico da Gradual Investimentos.
"Hoje em especial o dólar
cai forte contra o real, e o primeiro motivo é a sinalização do Ilan Goldfajn
ontem de que o BC não está disposto a usar as ferramentas cambiais que a
diretoria antiga vinha usando", disse em entrevista ao G1, referindo-se à
ausência de interferência do BC no câmbio nos últimos dias. Entenda como
funciona isso e veja o histórico aqui.
"Além disso, o mercado
agora vai tentar descobrir qual o câmbio que o BC vislumbra como ideal. Então
tem uma questão de teste para saber se o BC mostra alguma sinalização de que o
câmbio está num patamar ajustado”, diz Gonçalves. O BC não faz leilão de swap
reverso, que equivale a compra futura de dólares, desde 18 de maio.
Queda do dólar nesta 4ª
O dólar tem dia de queda em
relação a moedas de vários países, com melhora no cenário externo
O mercado reage a expectativas
de que a saída do Reino Unido da União Europeia pode levar mais tempo que o
esperado
Diminuíram as apostas de que
os juros nos Estados Unidos devem subir nos próximos meses
No Brasil, o BC segue sem
interferir no câmbio, e o mercado testa patamares mais baixos da moeda
Continuam repercutindo as
declarações de Ilan Goldfajn, que aumentaram apostas de que os juros no Brasil
devem demorar a cair
Outro motivo apontado pelo
analista é a expectativa de que os juros no Brasil devem demorar mais que o
esperado para voltar a cair. Com juros mais altos, o país se torna mais
atraente para investidores, o que motiva uma entrada de dólares no Brasil. Com
mais dólares em circulação, o valor da moeda norte-americana tende a cair em
relação ao real. “O mercado imaginava que os juros iriam cair por volta de
agosto. Depois do discurso do Ilan ontem, a projeção passou para outubro ou
novembro”, afirma Gonçalves.
Cenário externo
Além da repercussão após as
declarações de Ilan Goldfajn, o professor de finanças da Fundação Instituto de
Administração (FIA) Alexandre Cabral também aponta o cenário externo como fator
que contribui para a queda do dólar nesta quarta.
“O Reino Unido tem até dois
anos para sair da União Europeia, mas o mercado está interpretando que o país
vai tentar acelerar relações bilaterais com os países antes de fazer o pedido
formal de saída. Então, a saída pode demorar mais que o esperado”, pontuou em
entrevista ao G1.
“Paralelo a isso, o Fed (BC
dos Estados Unidos) tem dado a entender que a notícia sobre o Reino Unido é
ruim para a economia global e vai impactar a economia norte-americana. Então, a
interpretação do mercado é de que os juros nos EUA não devem mudar tão cedo”,
completou. A preocupação do mercado sobre os juros nos Estados Unidos é de que
um aumento da taxa atrairia investidores para aquele país, motivando uma saída
de dólares de outros países, como o Brasil.
Além disso, investidores
recebem bem a perspectiva de que bancos centrais de vários países podem reagir
a eventuais turbulências financeiras com mais estímulos, destaca a Reuters.
Expectativas sobre o rumo do
dólar
Segundo a agência Reuters, a
queda intensa da moeda norte-americana pegou de surpresa muitos operadores e
levou alguns analistas a reverem suas projeções, embora poucos acreditem que o
dólar deva recuar muito além dos R$ 3,20.
A equipe de estratégia do BNP
Paribas passou a estimar o dólar a R$ 3,20 no terceiro trimestre e R$ 3,25 no
quarto trimestre, ganhando força para fechar o ano que vem a R$ 3,60. Até
então, as projeções eram de R$ 3,75, R$ 3,80 e R$ 4, respectivamente.
G1
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