O dólar opera em queda nesta
quarta-feira (29), depois de fechar no menor valor em quase 1 ano na véspera, a
R$ 3,3060. Investidores acompanham o bom humor nos mercados externos, em mais
um dia marcado por ausência de interferência do Banco Central no câmbio, mesmo
após o tombo recente da moeda.
Às 10h, a moeda
norte-americana caía 1,23%, a R$ 3,2654. O dólar atingiu R$ 3,2560
imediatamente após a abertura, na mínima dos negócios do dia, segundo a
Reuters. Veja a cotação do dólar hoje.
O dia é marcado por queda do
dólar em relação a várias moedas de países emergentes, mas no Brasil o recuo é
mais intenso por fatores internos, como explica Rafael Gonçalves, analista do
departamento econômico da Gradual Investimentos.
"Hoje em especial o dólar
cai forte contra o real, e o primeiro motivo é a sinalização do Ilan Goldfajn
ontem de que o BC não está disposto a usar as ferramentas cambiais que a
diretoria antiga vinha usando", disse em entrevista ao G1, referindo-se à
ausência de interferência do BC no câmbio nos últimos dias. Entenda como
funciona isso e veja o histórico aqui.
"Além disso, o mercado
agora vai tentar descobrir qual o câmbio que o BC vislumbra como ideal. Então
tem uma questão de teste para saber se o BC mostra alguma sinalização de que o
câmbio está num patamar ajustado”, diz Gonçalves.
Outro motivo apontado pelo
analista é a expectativa de que os juros no Brasil devem demorar mais que o
esperado para voltar a cair. Com juros mais altos, o país se torna mais
atraente para investidores, o que motiva uma entrada de dólares no Brasil. Com
mais dólares em circulação, o valor da moeda tende a cair em relação ao real.
“O mercado imaginava que os juros iriam cair por volta de agosto. Depois do
discurso do Ilan ontem, a projeção passou para outubro ou novembro”, afirma
Gonçalves.
G1
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