PMs de Santa Catarina, Caroline Pletsch e Marcos Paulo foram vítimas da violência em Natal; ela morreu (Foto: Arquivo pessoal)
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O relato, em tom de desabafo,
foi enviado com exclusividade à Inter TV Cabugi pelo sargento da PM de Santa
Catarina Marcos Paulo da Cruz, de 43 anos. Esta é a primeira vez, à imprensa,
que ele fala sobre a morte da mulher dele, a também policial militar Caroline
Pletsch, de 32 anos. No dia 26 de março, de férias na capital potiguar, o casal
foi surpreendido por assaltantes em uma pizzaria na Zona Norte da cidade. Ambos
foram baleados e socorridos, mas ela não resistiu.
A morte de Caroline foi o 8º
caso envolvendo um policial militar no Rio Grande do Norte em 2018. Menos de
dois meses depois, o estado já soma 14 PMs assassinados. “Então, que sociedade,
que lugar é esse onde o policial é caçado? Você não pode dizer que é policial
que você vai ser morto. Isso, nenhuma rede social, nenhum lugar diz. Não venha
a Natal. Em Natal, policial é caçado”, diz o sargento.
“Se você é policial, você vai
ser caçado. Se você se veste como policial, se você tem cara de policial, se o
seu cabelo é raspado como o de um policial, você vai ser condenado à morte.
Desde que entrou na pizzaria e me olhou na cara, ele disse: vou te matar, você
é polícia”.
“Não sei como é a segurança
pública de Natal. Não sei como é que funciona, não sei como é que estão as
coisas. Só sei que é horrível você estar em um lugar e não se sentir seguro, se
sentir caçado. É esse o sentimento que eu tenho”, afirmou Marcos.
No relato, o sargento também
tratou de agradecer o apoio que recebeu dos policiais potiguares. “Me salvaram,
me carregaram, deram toda a tenção do mundo. Não tenho nada que reclamar. A
polícia fez tudo por mim. Mas, é triste ver que num lugar desses, tão belo, com
uma natureza tão exuberante, policiais e turistas não têm segurança nenhuma.
Nenhuma”, ressaltou.
O sargento também destaca o
sentimento do ser humano que existe além do profissional de segurança. Disse
que policial não é máquina e que dentro da casa farde existem pessoas que
defendem outras pessoas. “Atrás da Caroline, atrás do Marcos, existem filhos,
mães, existem famílias, existe sofrimento, existe dor”.
Investigação concluída
Nesta segunda (14), a Divisão
de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Natal concluiu as investigações e
indiciou três adultos e dois adolescentes por latrocínio consumado e latrocínio
tentado.
G1RN
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