Médicos cardiologistas da
hospital Walfredo Gurgel, a maior unidade pública do Rio Grande do Norte,
solicitaram nesta quinta pedido de demissão à diretora da unidade, Maria de
Fátima Pereira Pinheiro. Os médicos alegam que o pedido extremo se deve as péssimas
condições de trabalho a que são submetidos na unidade médica. O documento é
assinado por cinco cardiologistas, sendo George Paulo Cobe Fonseca, Cristiane
Guedes Pitam Luciano Pilla Pinto, Rodrigo Lopes de Sousa e Stefferson Luiz Melo
Duarte.
“Este pedido se faz em virtude
da insatisfação e desgaste coletivo que a equipe enfrenta no decorrer dos anos.
Desde 2010 denunciamos problemas e pleiteamos soluções, sem perspectivas
concretas, tendo como respostas apenas decisões imediatistas e ineficazes. Estes
problemas sempre foram comunicados à direção do hospital e registrados em livro
de ocorrência presente na Unidade, disponível para quem tivesse o interesse eo
compromisso de resolver as deficiências”, diz parte do documento assinado pelos
médicos.
Na carta endereçada à diretora
e que foi tornada pública via rede social, os médicos ainda relatam que fizeram
o que podia e o que não podiam para tentar melhorar as condições da unidade.
“Já interditamos leitos da Unidade (isoladamente ou em sua totalidade) por duas
vezes, seja por estrutura inadequada, com infiltrações, leitos anexos em
abiente afastado da UTI, sem possibilidade de monitoração constante, problemas
com ar condicionado ou por falta de equipamentos e medicamentos essenciais,
como monitores aparelhados de ventilação mecância, aparelhos de marcapasso
provisórios, fitas de HGT, radiografia de tórax no leito, antibióticos,
antihipertensivos, drogas vasoativas, sedativos, entre outros, além de
indisponibiliade de exames de laboratório básicos, como sódio, potássio, provas
de coagulação, entre outros”, afirmam, salientando o compromisso deles
(médicos) com os pacientes e a missão de salvar vidas.
Ainda no documento, os médicos
disseram que durante esse período, ou seja, de 2010 para cá, não se omitiram e buscaram
ajuda no Conselho de Medicina, fazendo denúncias gravíssimas quanto às
deficiências do hospital, que as vezes os expunham até ao erro. "Éramos
expostos a cometer falhas e prejudicar pacientes, seja por sobrecarga ou por
ter que optar por esse ou aquele paciente numa lista de 10 a serem admitidos.
Chegou ao ponto de solicitarmos aos parentes dos pacientes para comprar
medicamentos. Incêndios foram apagados. Dessa forma, sem vislumbrar soluções,
buscando não compactuar com esse caos perene e estando inconformados com o
completo descaso, solicitamos nosso desligamento", encerrou o documento.
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