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O presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL) - André Coelho / Agência O Globo / 21-6-2016
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Ao final de várias reuniões
nos últimos dois dias com o presidente interino Michel Temer e a cúpula do
PMDB, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) bateu o martelo nesta
terça-feira: o início do julgamento final da presidente Dilma Rousseff será no
dia 25 e não no dia 29, como anunciado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e
deve ser concluído até o dia 29, portanto ainda em agosto. Seguindo o
cronograma aprovado no Senado, Renan disse que, se preciso for, as testemunhas
de acusação e defesa, inclusive a presidente afastada Dilma Rousseff, serão
ouvidos até no sábado e domingo, se necessário.
Ele negou que a conclusão do
impeachment em agosto tenha feito parte de um acordo para a nomeação do novo
ministro do Turismo, o deputado Marx Beltrão, a seu pedido. Com a antecipação
da votação, Temer poderá viajar para a reunião do G-20, na China, já como
titular.
Nesta quinta-feira, após a
votação do relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) na Comissão do
Impeachment, Renan deve se reunir com líderes e o presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski para estabelecer regras de
procedimento durante a sessão de julgamento no plenário: quantas questões de
ordem serão respondidas, prazo de fala das cinco acusações de defesa e cinco de
acusação e tempo que cada senador vai falar.
— Se for necessário vamos
ouvir testemunhas, sexta, sábado e domingo, inclusive a própria presidente
Dilma. Podemos suspender a sessão para dormir e comer, o que é razoável. Farei
tudo, tudo que for possível, dentro das regras e respeitado o estado de
direito, para que a votação termine até o final do mês. Estaremos dando uma
resposta à sociedade, que já não aguenta mais que essa questão seja delongada —
disse Renan.
Ele negou que tenha discutido,
no almoço com Temer, sobre a indicação do novo ministro do Turismo.
— Isso não cabe a mim. Não
faço indicação nenhuma — disse.
Também negou que Temer tenha
lhe pedido para antecipar a votação do dia 29, anteriormente anunciada pela
assessoria do Supremo, para o dia 25.
— Absolutamente! O presidente
Temer não faria esse apelo a mim, jamais. Conversamos sobre conjuntura e pauta
— disse Renan.
Logo após o comunicado de
Renan, o líder da Minoria, senador Lindberg Faria (PT-RJ) foi ao seu gabinete
para dizer que não aceita a data do dia 25, e que pelo calendário, no mínimo
dia 26. Na reunião de quinta-feira com os líderes, ele vai defender que a sessão
seja marcada dia 29, sem data para acabar.
— Estávamos propensos a fazer
um acordo de procedimentos para reduzir o número de testemunhas para 15. Mas se
insistirem em aceitar essa interferência de Temer e forem impor esse atropelo,
vamos usar nossas armas e ouvir nossas 40 testemunhas — disse Lindbergh Faria.
O Globo
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