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Com a divulgação das pesquisas
eleitorais, o dólar continua sua trajetória de alta nesta terça-feira, 21. Por
volta das 14 horas, o dólar turismo já era encontrado por até R$ 4,28 nas casas
de câmbio, segundo levantamento da site MeuCâmbio.com.br.
Já o dólar comercial
ultrapassou a marca dos R$ 4 às 15h30. Às 15h55, operava a R$ 4,0218 – maior
cotação desde 19 de fevereiro de 2016, quando atingiu máxima a R$ 4,0634
durante a sessão.
A moeda norte-americana chegou
a R$ 4 pela primeira vez na história em 2015, no dia 22 de setembro.
O patamar inédito foi atingido
naquele pregão por conta do risco político no País. A preocupação com a crise
fiscal brasileira dominava o mercado e a avaliação dos investidores era que o
governo da então presidente, Dilma Rousseff, não seria capaz de passar ajustes
no Congresso.
O dólar comercial é utilizado
por empresas, bancos e governos para operações no mercado de câmbio, como
transferências financeiras, exportações, importações, entre outros.
Já o dólar turismo é utilizado
para viagens, transações de turismo no exterior e débitos em moeda estrangeira
no cartão de crédito. Ele é mais caro pois é calculado com base no dólar
comercial mais os custos das casas de câmbio com questões logísticas,
administrativas e com seguro em caso de roubo, uma vez que as transações com
dólar turismo são feitas em “dinheiro vivo”. Já as transações com dólar
comercial são feitas de forma eletrônica.
Assim como no câmbio, a Bolsa
também enfrenta um dia difícil. As ações das companhias brasileiras negociadas
na B3 seguem operando em prejuízo em relação ao último pregão e o Ibovespa,
índice com os principais papéis do mercado local, opera em baixa
Pesquisas eleitorais
O operador de câmbio e
derivativos do banco Paulista Alberto Felix de Oliveira Neto diz que o cenário
trazido pelas últimas pesquisas eleitorais – MDA e Ibope, nesta segunda-feira,
20 – ampara preocupações entre investidores sobre quem vai para o segundo turno
na eleição presidencial. “O mercado teme o aumento das intenções de votos em
Lula e o risco de transferência de votos do petista para Fernando Haddad.
Bolsonaro e Haddad no segundo turno trazem grande desconforto aos
investidores”, afirma.
Na segunda-feira, a moeda
americana fechou a R$ 3,9571 – a maior cotação desde 29 de fevereiro de 2016
(R$ 3,9984). Diante da persistente valorização, investidores mostram cautela em
meio à desconfiança e comentários de que o Banco Central pode intervir para
conter a escalada da moeda. Em alta em sete das últimas oito sessões, o dólar
acumulou ganho de 5,12% ante o real no período até a segunda-feira.
Bolsa de Valores
Principal índice de ações do
País, o Ibovespa marcou sucessivas mínimas a despeito das altas de seus pares
no mercado dos Estados Unidos. “A Bolsa está acompanhando o estresse do mercado
que ainda reverbera o resultado das pesquisas eleitorais que mostram Bolsonaro
e o PT no segundo turno. É um movimento totalmente interno”, disse Álvaro
Bandeira, sócio e economista-chefe da ModalMais.
Às 16 horas, o Ibovespa perdia
1,44%, aos 75.248,66 pontos. A queda é generalizada nas ações que integram o
índice. Ações preferenciais da Petrobrás e ordinárias do Banco do Brasil –
termômetros eleitorais – recuavam 2,23% e 3,32%, respectivamente
No exterior, as bolsas de Nova
York avançam, com investidores na expectativa pela retomada do diálogo entre
Estados Unidos e China, na quarta-feira. Os agentes também repercutem as
críticas de Donald Trump à iniciativa do Federal Reserve (Fed, o banco central
norte-americano) de apertar a política monetária.
Em entrevista à Reuters, o
presidente afirmou não estar “emocionado” com os aumentos de juros do Fed,
sugerindo que o BC norte-americano deveria suspender a normalização de sua
política, enquanto ele implementa suas políticas protecionistas.
Estadão Conteúdo
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