O Laboratório de Análise e
Processamento de Imagens de Satélite (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas
(Ufal) diz ter identificado um grande vazamento de óleo abaixo da superfície do
mar, na região sul da Bahia, com 55 km de extensão e 6 km de largura, a uma
distância de 54 km da Costa do Nordeste e que isso pode explicar o vazamento
que atingiu o litoral do Nordeste. A Marinha nega relação entre as imagens e o
petróleo nas praias.
“Ontem tivemos um grande
impacto, pois pela primeira vez, encontramos uma assinatura espacial
diferenciada. ela mostra que a origem do vazamento pode estar ocorrendo abaixo
da superfície do mar. Com isso, levantamos a hipótese de que a poluição pode
ter sido causada por um grande vazamento em minas de petróleo, ou pela sua
localização, pode ter ocorrido até mesmo na região do pré-sal”, diz o
pesquisador.
Toda a região que foi
analisada pelo pesquisador nas imagens está perto de áreas de exploração de
petróleo, conforme mapeamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP).
Ao G1, a Marinha disse que a
mancha que estaria avançando pelo mar da Bahia identificada nas imagens de
satélite não se trata de óleo. Para chegar a essa conclusão, foram feitas quatro
avaliações: consulta aos especialistas da ITOPF, monitoramento aéreo e por
navios na região e por meio de satélite.
“É importante frisar que a
gravidade, a extensão e o ineditismo desse crime ambiental exigem constante
avaliação da estrutura e dos recursos materiais e humanos empregados, no tempo
e quantitativo que for necessário”, diz trecho da nota da Marinha.
Segundo Humberto Barbosa, há
cerca de 60 dias, foram encontradas em imagens de satélite manchas menores de
óleo no mar, mas, como o piche estava fragmentado, não tinha como identificar o
vazamento de óleo.
“Durante esse tempo foi uma
montagem de quebra-cabeça, até que na segunda [28], descobrimos a peça chave,
foi a primeira vez que observamos uma imagem de satélite que detectou uma faixa
da mancha de óleo original, ainda não fragmentada e não carregada pelas
correntezas”, diz Barbosa.
O Lapis também observou, a
partir de imagens retroativas de satélites, manchas de petróleo no Sudeste do
Brasil, precisamente esse tipo de poluição ocorrendo, em menor volume, próximo
à Costa do Espírito Santo. Entretanto, o padrão localizado é diferente do que
foi detectado no Sul da Bahia.
“As imagens mostram que há
pequenas quantidades de óleo espalhadas pelo oceano, motivo porque o Brasil
precisa estabelecer um monitoramento mais consistente do oceano. Mas a
quantidade de petróleo identificada na imagem de ontem, próximo à Costa da
Bahia é de uma enorme extensão”, afirma.
G1
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