A
ex-governadora Wilma de Faria, presidente estadual do PSB e atual vice-prefeita
de Natal, responsabilizou decisões do governo Rosalba Ciarlini (DEM) pelo atual
quadro de dificuldades por que passa o Rio Grande do Norte em função da
estiagem. Segundo Wilma de Faria, diversos programas que dizem respeito ao
apoio social e econômico ao homem do campo, como Programa do Leite,
Desenvolvimento Solidário, Compra Direta, Apicultura, foram paralisados. Quanto
às obras estruturantes do setor de Recursos Hídricos, Wilma culpa as decisões
do início do governo Rosalba, como a paralisação de obras como as das adutoras
do Auto Oeste e de Carnaúba dos Dantas.
Wilma
esteve recentemente nas regiões do Trairi e Seridó, onde pôde perceber que a
situação da seca é grave, já que no ano passado não choveu e neste ano até
agora as chuvas também têm sido em nível abaixo do necessário. Ela relata que
quase metade (46%) dos bovinos foi dizimada. O milho prometido pelas
autoridades através da Conab não tem chegado aos produtores. A Emater, que
deveria dar assistência técnica não funciona. “O grande problema é que obras de
infraestrutura, como a adutora do Auto Oeste e a de Carnaúba dos Dantas, e
demais obras, foram paralisadas, e só agora que começaram a fazer. Não foram
paradas na nossa administração. Mas depois que a nova administração iniciou”,
denuncia Wilma.
A
essas decisões do governo Rosalba Ciarlini somam-se outras que agravam o
problema. Segundo Wilma de Faria, programas que somam positivamente em momentos
como este de dificuldades no campo foram desativados no governo Rosalba
Ciarlini. “O programa do leite está quase acabado. O programa Desenvolvimento
Solidário também está parado. O compra direta não existe mais. A apicultura entre
outros. Por conta de decisões que não foram tomadas”, apontou a ex-governadora.
Wilma
acrescenta ainda a perfuração e manutenção de poços. Segundo Wilma, no seu
governo não houve seca, mas a gestão atual preventivamente. “Nós não tivemos
seca no governo. A gente teve chuva muita. O governo Iberê perfurou poços e não
foram concluídas instalações. Mas o normal de um governo, principalmente num
ano de seca, é dar manutenção e instalar, se tem alguma coisa perfurada e não
foi instalada tem que dar continuidade. Afinal governo é uma instituição e o
povo precisa que o poder público faça a sua parte”, disse.
A
ex-governadora disse que a seca atinge grande parte da população do Estado
porque a maioria das cidades vive da atividade agropecuária. “Nós temos hoje
95% do território do RN no polígono das secas, que é semiárido. Por isso, o
Estado sofre muito com a seca”. Wilma diz que neste ano de seca é necessário
que tanto o Governo Federal quanto o estadual devem implantar programas
emergenciais, sem falar o que deve ser feito de forma permanente.
“Quando
houver a transposição de águas do rio São Francisco teremos a integração das
bacias do estado do RN e consequentemente a perenização dos rios. Com isso a
gente vai diminuir os problemas que nós temos quando existem estiagem como
essa, que dizem ser semelhante a de 1958. Esta está sendo pior porque no ano
seguinte não choveu ainda. Por isso é importante que as obras estruturantes
sejam feitas”, acrescentou a pessebista.
A
barragem de Oiticica, na visão de Wilma de Faria, foi luta grande do seu
mandato, e tinha sido assinada e licitada por seu governo e só agora será
assinado de novo. “É fazer que esses recursos cheguem para fazer uma obra de
dimensão de responsabilidade da União. As obras permanentes vão dar maior
proteção, são as obras que precisam ser feitas já que a gente vive numa região
com situação precária, social e econômica. Por isso é preciso dar apoio aos
agricultores familiares, e ao agropecuarista pequeno e médio que também precisa
de muito apoio para sobreviver”, enfatizou.
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