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A Operação Cactus deflagrada
nas primeiras horas desta quinta-feira (21), pela Polícia Federal (PF) e pela
Controladoria Geral da União (CGU), com apreensões na casa do secretário-Geral
do PMDB Elias Fernandes, investiga desvios de verba que somam mais de R$ 48
milhões de prejuízo aos cofres públicos.
Durante a coletiva concedida
durante a tarde, a delegada Cláudia Braga Leitão, chefe da Delegacia de
Repressão a Crimes Financeiros (Delefin), informou que a operação investiga
desvios de verbas em licitações que envolvem recursos da ordem de R$ 48
milhões. Ainda segundo a delegada, cerca de 50 pessoas estão envolvidas no
esquema.
A Cactus foi deflagrada nas
primeiras horas de hoje com cumprimento de 62 mandados de busca e apreensão em
Natal e outras 22 cidades. Em Natal, o alvo foi Elias Fernandes, que já
presidiu o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Na casa dele
foram apreendidos alguns documentos. De acordo com a chefe da Delefin, o Dnocs
é um dos órgãos que estão na mira das investigações que já duram dois anos em
cima dos contratos firmados desde 2008.
Além de Natal, também foram
cumpridos mandados em Aparecida de Goiânia, Brasília, Aiuaba, Apuiarés,
Barbalha, Canindé, Catarina, Fortaleza, Guaraciaba do Norte, Iguatu, Irauçuba,
Itapipoca, Itapiúna, Juazeiro do Norte, Morada Nova, Mucambo, Quixeramobim, Reriutaba,
Saboeiro, Tarrafas, Tejuçuoca e Ubajara. Participam da operação cerca de 288
policiais federais e 12 auditores da Controladoria-Geral da União.
Investigação
De acordo com informações da
CGU, as investigações preliminares demonstraram que um ex-prefeito do município
de Itatira (CE), atuando como lobista, liderava uma associação criminosa, cuja
atuação junto a prefeituras do estado do Ceará e de outras unidades da
federação visava a facilitar a obtenção de recursos federais, na forma de
convênios ou contratos de repasse, inclusive mediante emendas parlamentares.
Além disso, o grupo
infiltrava-se nos órgãos federais repassadores dos recursos, mediante a
obtenção de apoio de servidores públicos e a participação de outros agentes,
com o intuito de garantir os repasses para os projetos e prefeituras de
interesse do grupo e de evitar que esses projetos passassem por acompanhamento
e fiscalização, como forma de garantir a ocultação de irregularidades e
fraudes.
O trabalho de investigação
também concluiu que havia gerenciamento e montagem dos processos junto a
prefeituras do estado do Ceará, além de simulação de licitações, com uso de
empresas controladas pelo grupo. As apurações realizadas constataram o
enriquecimento desproporcional dos diversos participantes da quadrilha, dentre
os quais se destacam o mentor do esquema, seu filho e sua principal assistente.
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