A coisa vai endurecendo para a governadora Rosalba Ciarlini [DEM]. Talvez
mais pela falta de tato, do que pelo fato dos arranjos que está fazendo no
orçamento do estado.
Depois de sofrer pressão por parte do Ministério Público Estadual,
agora é a vez da Assembleia.
No pronunciamento que fez e que foi aparteado por vários deputados, o
presidente Ricardo Motta [PMN] já mostrou que a conversa agora é outra.
Ele não admite o corte feito na Assembleia, acha desproporcional e
deixou uma ameaça velada no ar. Se é pra ser assim, insinua ele, então a coisa
vai mudar por ali. O governo vai enfrentar dificuldades.
Acompanhe a matéria da sessão na assembleia.
PRESIDENTE DA AL CRITICA
CORTE DE VERBAS FEITAS PELO GOVERNO
O presidente da Assembleia
Legislativa do Rio Grande do Norte, Ricardo Motta (PMN), criticou os cortes
lineares nos orçamentos dos poderes estabelecidos pelo Governo do Estado há 10
dias. Em pronunciamento realizado durante a sessão ordinária desta quarta-feira
(7) o deputado indicou que o percentual aplicado deveria ter sido com base na
proporcionalidade. Os cortes nas projeções de receitas foram de 10% e tiveram
implicações para os poderes Judiciário e Legislativo e para o Ministério
Público. O deputado classificou o atual momento vivido pelo estado como grave e
de chamamento às responsabilidades.
“O Poder Legislativo não pode
concordar com o decreto que estabeleceu corte linear no orçamento dos poderes.
Falo em nome da Assembleia acima das minhas posições políticas que não estão
sendo colocadas nesta hora. Falo em nome da Casa. Das responsabilidades que
tenho. Nossos técnicos examinaram cuidadosamente os efeitos desse corte, mas já
é possível afirmar que o percentual aplicado deveria ter sido com base na
proporcionalidade. Também se pode
informar que a Lei das Diretrizes Orçamentárias, exclui, para fins de
emprenho as despesas com o pagamento de pessoal”, afirmou.
O presidente destacou também o
permanente trabalho da Assembleia Legislativa em busca do diálogo como forma de
chegar ao consenso e da disponibilidade para
colaboração na elaboração de uma solução. “É chegada uma hora em que o
poder Legislativo tem que firmar sua posição de acordo com as suas
prerrogativas, sobretudo com a sua independência, sem confronto, mas defendendo
sua liberdade”, disse. “Quero ressaltar a disposição pelo diálogo, mas este só
acontece quando todos estão dispostos a interagir”, finalizou.
Repercussão
Primeiro parlamentar e pedir
aparte, o deputado Hermano Morais (PMDB) disse aguardar esse pronunciamento.
“Esse assunto de hoje é um assunto de ontem que poderia estar sendo resolvido
sem maiores transtornos e sem essa crise que está acometendo o nosso estado”. O
deputado estadual Kelps Lima (PR) destacou a importância do pronunciamento.
“Suas palavras trazem tranquilidade para o Rio Grande do Norte, pois indicam
que a porta de saída dessa crise passa pela Assembleia. Temos que estar acima
dessa dicotomia situação e oposição e buscar uma solução”.
O posicionamento da Casa
diante da atual situação merece destaque para Raimundo Fernandes (PMN). “Um bom
diálogo é a melhor solução, mas esse posicionamento determina e diz que essa
Casa não irá se curvar a ninguém”. O deputado Tomba Farias (PSB) parabenizou o
presidente e defendeu a presença de algum membro do Executivo para ser
interlocutor nesse diálogo.
Os deputados Larissa Rosado
(PSB) e Gustavo Carvalho (PSB) destacaram a postura conciliadora do presidente
da Casa. Larissa sugeriu que os representantes do Governo do Estado exercitem o
ato de ouvir e concretize as ações previstas para o Estado. A deputada Márcia
Maia (PSB) alegou que os pronunciamentos dos parlamentares de oposição não são
ataques pessoais à governadora Rosalba Ciarlini, mas se tratam de
posicionamentos em favor do povo. “Claro que temos nossas ideologias, mas aqui
neste Plenário não prevalece oposição ou situação à gestora, mas à gestão”,
declarou. Márcia parabenizou o presidente da Casa e disse que o mesmo não está
preocupado com partido político, mas com a situação do Estado.
O deputado Gustavo Fernandes
(PMDB) afirmou que da forma como vem conduzindo a ALRN, Ricardo Motta tem agido
com responsabilidade: “Ele tem consciência do papel do Legislativo e de até
onde nossa Casa pode atuar. Até mesmo a oposição colabora com os projetos do
governo e nunca foi contrária às iniciativas que beneficiam nosso Estado”,
disse.
Líder governista, Getúlio Rego
(DEM) ponderou que as dificuldades por que passa o RN são inerentes a outros
estados da federação: “Esse não é um assunto localizado, mas que está se
espraiando e vemos inclusive situações mais difíceis acontecendo em pequenas
cidades, que não tem sequer dinheiro para pagar o funcionalismo”. Getúlio Rego
sugeriu que para a próxima proposta orçamentária encaminhada pelo governo,
todos os poderes se reúnam para um entendimento.
Antônio Jácome (PMN) e Vivaldo
Costa (PR) externaram apoio ao presidente e parabenizaram a forma como Ricardo
Mota vem conduzindo o diálogo entre os poderes. O diálogo também foi defendido
pelo deputado Fernando Mineiro (PT). Para ele o debate não deve girar em torno
das porcentagens dos cortes no Orçamento Geral do Estado, mas nas causas. “A
discussão deve ser sobre a situação enfrentada hoje no RN e sobre o que se pode
fazer para solucionar os problemas”, declarou.
Da AL

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