Desde às 7h da manhã desta
segunda-feira (9) os trabalhadores terceirizados das empresas JMT e Safe que
prestam serviço nos principais hospitais estadual de saúde cruzaram os braços e
entraram em greve por tempo indeterminado. Isso porque a Secretaria Estadual de
Saúde Pública (Sesap) atrasou o pagamento dos funcionários referente o mês de
agosto, que deveria ter sido pago na última sexta-feira (6). Além disso, os
trabalhadores reclamam que há férias vencidas desde o mês de maio que ainda não
foram pagas.
Serviços como os de maqueiros,
higienização, copeiros, cozinheiros, lavanderia e manutenção foram prejudicados
e apenas 30% dos funcionários estão trabalhando. Diante dessa situação, o
fornecimento do almoço no maior hospital de urgência e emergência do Rio Grande
do Norte foi prejudicado e ficou restrito apenas aos pacientes. Os funcionários
do Hospital ficaram sem alimentação.
O presidente do Sindicato dos
Profissionais de Enfermagem do Rio Grande do Norte (Sipern), Domingos Ferreira,
explicou que o Governo do Estado não realizou o repasse e a empresa disse que
não tinha condições de pagar os trabalhadores.
Ele conta que realizou uma
assembleia com a categoria na última sexta-feira (6), quando foi aprovado o
indicativo de greve. Ele conta que encaminhou o indicativo de greve para as
empresas, para a Secretaria de Saúde Pública, bem como para os hospitais.
“Hoje, às 7h da manhã fez 72
horas e paramos por tempo indeterminado ou até que pague o salário dos
trabalhadores. Ao todo, 30% dos servidores estão parados. Não paramos mais,
pois a lei não permite, mas a situação é complicada, pois tem servidores que
entraram de férias desde maio e não receberam nada. Como esses servidores estão
vivendo? Vamos ficar parados até o dinheiro cair na conta desses servidores”,
destacou Domingos Ferreira.
Além do Hospital Monsenhor
Walfredo Gurgel, os serviços também estão suspensos nos hospitais Giselda
Trigueiro, João Machado, Ruy Pereira, Maria Alice Fernandes e Santa Catarina,
além da Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat) e do Centro de
Reabilitação Infantil (CRI). A assessoria de imprensa do Hospital Walfredo
Gurgel confirmou que a alimentação de hoje será restrita apenas aos
funcionários.
Domingos Ferreira disse que os
trabalhadores estão receosos, pois haverá demissão de aproximadamente 100
funcionários da Safe, além de outro montante da JMT. “Estamos fazendo essa
denúncia ao Ministério Público, pois como é que a empresa não tem condições de
pagar o salário do mês aos funcionários vai conseguir pagar as rescisões
trabalhistas? Estamos reivindicando isso também”. Ao todo, são cerca de 850
funcionários da Safe e mil trabalhadores da JMT. “Estamos aqui pelo direito dos
trabalhadores e para que nenhum deles seja dispensado”.
A Secretaria Estadual de Saúde
Pública informou, através da assessoria de comunicação, que o repasse dos
pagamentos, que estão em atraso junto às empresas Safe e JMT serão efetuadas
nesta terça-feira (10). A Sesap esclarece que as demissões dos funcionários da
Safe e JMT se tornaram necessárias em função da crise financeira vivenciada
pelo Estado, o que obrigou o enxugamento das despesas, atingindo 10% dos
profissionais.
A Secretaria ressaltou que a
paralisação alcança apenas os funcionários que atuam nas áreas de higienização,
maqueiros e nutrição, mas que os serviços essenciais na área de saúde dos
hospitais estão mantidos.
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