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Na oportunidade, entregou uma
carta explicando as razões. Diz o documento que a posição não é eleitoral. Não
convence. É claro que é eleitoral.
O PSB está saindo de perto da
presidente Dilma para fortalecer o projeto de candidatura de Eduardo Campos.
Leia a carta na íntegra:
Brasília, 18 de setembro de
2013
À Sua Excelência Senhora Dilma
Rousseff
Em mãos.
Senhora Presidenta,
Desde 1989, quando da criação
da “Frente Brasil Popular”, o Partido Socialista Brasileiro integra, juntamente
com o Partido dos Trabalhadores e outros do campo da esquerda, a base política
e social que, durante as sucessivas eleições presidenciais de 1989, 1994, 1998
e no segundo turno de 2002, apoiou e, finalmente, levou à Presidência da
República, o companheiro Luís Inácio Lula da Silva, cujo governo contou com
nossa participação, colaboração e sustentação, no Executivo e no Parlamento.
Convidado a ocupar funções
governamentais, nosso Partido contribuiu para os avanços econômicos e sociais
proporcionados ao País pelo governo do honrado Presidente Lula, dedicando seus
melhores esforços e sua total lealdade nos momentos mais difíceis dos oito anos
de mandato.
Em março de 2010, embora
contássemos com um pré-candidato à presidência da República e fosse desejo
manifesto de nossa base e das lideranças do partido o lançamento de candidatura
própria, o PSB, a partir de uma profunda reflexão e discussão política com o
companheiro Lula, abdicou dessa legítima pretensão e decidiu integrar a frente
partidária que apoiou a candidatura de Vossa Excelência à Presidência da
República.
Quando da formação do governo,
Vossa Excelência convidou-nos para discutir nossa participação, ocasião em que
manifestamos a possibilidade de apoiar sua administração sem necessariamente
ocupar cargos. Vossa Excelência, entretanto, expressou o desejo de quadros do
PSB na Administração, com o que concordamos sem apresentar condicionantes.
Neste momento, temos sido
atingidos, sistemática e repetidamente, por, comentários e opiniões, jamais
negadas por quem quer seja, de que o PSB deveria entregar os cargos que ocupa
na estrutura governamental, em face da possibilidade de, legitimamente, poder
apresentar candidatura à Presidência em 2014.
Longe de receber tais
manifestações como ameaça, o Partido Socialista Brasileiro – que nunca se
caracterizou pela prática do fisiologismo – reafirma seu desapego a cargos e
posições na estrutura governamental, e reitera que seu apoio a qualquer governo
jamais dependeu de cargos ou benesses de qualquer natureza, e sim do rumo
estratégico adotado que, a nosso ver, deve guardar identidade com os valores
que alicerçam a trajetória política do nosso Partido. Nossas divergências,
todavia, não impediram nosso apoio ao governo de Vossa Excelência, mas
pretendemos discutir com a sociedade, de forma mais ampla e livre.
O Partido Socialista
Brasileiro, nos seus 60 anos de presença na vida política nacional, jamais
transigiu ou negociou suas convicções e seus ideais programáticos.
Com longa tradição na luta
pela democracia e pela justiça social, o PSB participou ativamente de
importantes momentos da vida nacional, como a memorável campanha do “petróleo é
nosso”, a luta pela reforma agrária, a luta pelas “Diretas-já” e pela
democratização do País. Sempre nos inspiraram exemplos como os de nossos
companheiros João Mangabeira, Hermes Lima, Barbosa Lima Sobrinho, Evandro Lins
e Silva, Antônio Houaiss, Miguel Arraes e Jamil Haddad.
É justamente pelo apego a essa
história que o partido, nos últimos anos, vem merecendo o reconhecimento da
sociedade brasileira refletido no seu crescimento nas sucessivas vitorias
eleitorais.
Por todas essas razões, o PSB
vem à presença de Vossa Excelência, formalmente, declinar de sua participação
no Governo, entregando os cargos que ora ocupa, ao mesmo tempo em que reafirma
que permanecerá, como agora, em sua defesa no Congresso Nacional. Esta decisão
não diz respeito a qualquer antecipação quanto a posicionamentos que haveremos
de adotar no pleito eleitoral que se avizinha, visto que nossa estratégia –que
não exclui a possibilidade de candidatura própria– será discutida nas instâncias
próprias, considerando nosso programa e os mais elevados interesses do País e a
luta pelo desenvolvimento com igualdade social.
Saudações Socialistas,
Eduardo Campos
Presidente Nacional do PSB
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