Uma manhã de sábado exclusiva
para se debater às 40 Horas de Angicos. Assim foi o Seminário 50 Anos da
Experiência de Angicos: a contribuição de Paulo Freire na Educação Brasileira,
promovido pela Prefeitura de Santo André, região do ABC paulista. Na ocasião,
foi exibido o documentário produzido pela equipe de comunicação da Ufersa “40
Horas na Memória: resgate da experiência pioneira de Paulo Freire, em
Angicos/RN”.

Ao agradecer o convite da
Secretaria de Educação da Prefeitura de Santo André, Passos Júnior, revelou que
a cidade de Angicos vivencia outro momento importante na área da educação com a
instalação da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, bem como com a
construção do Memorial Paulo Freire, nas dependências do Câmpus. “Tem sido
gratificante receber o reconhecimento desse trabalho que, inicialmente, feito
sem grandes pretensões, mas devido à importância desse recorte histórico na obra
de Paulo Freire tem superado todas as nossas expectativas”, revelou.
Após a exibição do
documentário, compartilhado a mesa de debates, o advogado, Marcos Guerra, que
coordenou o Círculo da Cultura dentro do Projeto pioneiro do pedagogo e, a
viúva de Paulo Freire, Ana Maria Araújo Freire. “A questão do analfabetismo
preocupava muito Paulo Freire quando o analfabeto é tratado como coisa”,
revelou. Para professora Nita Freire, “saber ler é um direito do homem, mais
que cidadania... ler e escrever faz parte da condição humana”, expressou.
A professora elogiou a iniciativa da produção
do documentário que vem resgatar, por meio das 40 Horas de Angicos, a
importância da educação. “Ao ler a palavra, desvendamos o mundo, tornamo-nos
críticos, analistas e denunciantes da sociedade injusta”, frisou.
Segundo o professor Marcos
Guerra, com esse projeto Paulo Freire mostrou ao Brasil a real possibilidade de
garantir um direito constitucional, e universalizar o acesso à educação. “Saber
ler e escrever deixou de parecer impossível, inaccessível, caro, demorado,
direito que poderia ser reservado a poucos privilegiados. Surge como uma porta
de entrada à educação, direito reconhecido a todos e a cada um. Vital para o
pleno exercício da cidadania, e um dos instrumentos para valorizar a dignidade
de cada brasileiro”, pontuou.
Ao explanar para os
professores a metodologia aplicada nas 40 Horas de Angicos, Marcos Guerra disse
ainda que para mudar por meio da educação é necessário que o povo acredite na
transformação. “Na época, o país vivenciava momentos de efervescência que
possibilitou a transformação”, explicou. Outro ponto diferencial foi realizar a
alfabetização a partir da realidade local, associando palavras e imagens. “Esse
documentário produzido pela Ufersa é de grande importância para o resgate dessa
experiência. Fico sempre emocionado ao assistir esse filme”, revelou.
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