De capítulo em capítulo, a
novela das eleições do Partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Norte
constrói um enredo que não tem fim previsível. Com a divulgação oficial da
vitória de Eraldo Paiva, a chapa “Novo Tempo”, encabeçada por Olavo Ataíde e
apoiada pela deputada Fátima Bezerra, entrou com um recurso na direção estadual
do partido, questionando o resultado.
O grupo de Olavo questiona nos
recursos a retirada de cinco municípios – Touros, Tibau do Sul, Pureza,
Carnaúba dos Dantas e Serra Negra do Norte – da apuração de votos realizada
pela Comissão de Organização Eleitoral (COE).
A decisão foi baseada em um
comunicado da direção nacional do PT, afirmando que os municípios que não
enviassem as atas de apuração até a 0h de terça-feira teriam seus votos
anulados. Os cinco municípios citados não enviaram os documentos.
A retirada reverteu a vitória
proclamada por Olavo Ataíde na noite de terça-feira, quando a apuração apontava
a vitória dele, que faz parte da tendência Movimento PT junto com Fátima
Bezerra, por nove votos de diferença.
A chapa ainda questiona nos
recursos outras situações. “No interior tivemos problemas de preenchimento das
atas, mais votantes do que assinaturas, local de votação fechando mais cedo.
Tudo isso aconteceu”, relata Olavo.
A entrada dos recursos, que
serão apreciados pela executiva estadual até o fim do mês que vem, soma-se a
denúncia feita por Fátima Bezerra na executiva nacional. A parlamentar federal
qualificou a situação do RN como burla ao regulamento do Processo de Eleição
Interna (PED) do PT.
O raciocínio é seguido por
Olavo. Ele confirma que o processo eleitoral causou um racha inédito no
partido. “Em um clima normal, esses recursos eram relevados. Nos outros PED’s o
ambiente político era mais amistoso, aceitava-se o resultado. Fomos
surpreendidos com a virada de mesa”, afirma ele.
A eleição de Olavo quebraria
uma sequência de 12 anos da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB),
liderada pelo deputado estadual Fernando Mineiro, à frente do PT potiguar.
“Eles têm a postura de achar que o partido precisa ser dirigido eternamente
pelo mesmo grupo. Colocaram isso como uma questão de honra. Parece que o mundo
vai acabar se eles não vencerem. Todos desse grupo deram enorme contribuição ao
PT e têm muito a dar. Mas estão prestando um desserviço neste momento. Eles não
querem que o partido tenha sua direção renovada”, aponta Olavo.
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