Natal: o desperdício de água é alto e ajuda a aumentar consumo
Foto: Adriano Abreu
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Férias escolares, elevação da temperatura e aumento do fluxo de turistas.
Esses são alguns fatores que fazem o consumo de água disparar na capital do Rio
Grande do Norte nos meses de dezembro e janeiro. A média de consumo diário que
é de três mil litros por segundo sobe para 3.600 durante os dois meses. Apesar
do aumento de 20%, o racionamento ainda não é um risco iminente para a cidade.
Já no interior do Estado, a situação é mais preocupante. Reservatórios estão à
beira de chegar ao volume morto e, se não chover, outros vão secar em menos de
um ano.
De acordo com a Agência Nacional de Águas
(ANA), o abastecimento de Natal e Região Metropolitana – que compreende nove
municípios e possui uma população que corresponde a 49% da população total do
Estado – é dividido, basicamente, em duas regionais: Norte e Sul. A região
norte é atendida por uma bateria de poços e pela Lagoa de Extremoz.
O reservatório está com 81,02% de seu volume
total. A lagoa tem capacidade para armazenar 11.019.525 metros cúbicos de água
e, segundo dados da secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(Semarh), coletados no dia 31 de dezembro do ano passado, está com 8.927.654
metros cúbicos.
Já na região Sul, o abastecimento é efetuado
pela Lagoa do Jiqui e também complementado por bateria de poços. A lagoa
localizada na divisa com o município de Parnamirim recebe água do rio Pium e
está com a capacidade total. São 439.775 metros cúbicos de água que são
utilizados para realizar tratamento no líquido proveniente dos poços. Ocorre
que parte da água retirada dos poços possui índices inadequados de nitrato.
A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do
Norte (Caern) faz a mistura da água da lagoa com a água dos poços antes de
lançar para as tubulações. Os demais municípios da Região Metropolitana de
Natal são abastecidos exclusivamente por sistemas isolados, cujas captações são
em mananciais subterrâneos.
A Caern explica ainda que, em Natal, o consumo
médio, ao longo do ano, é de 3 mil litros de água por segundo. A partir de
dezembro e, até o início de fevereiro, essa quantidade aumenta 20%, ou seja,
passa a ser de 3.600 litros de água por segundo. O faturamento da Caern chega a
ser de R$ 15 milhões por mês.
Apesar desse aumento, a capital do Rio Grande
do Norte não corre risco de desabastecimento ou racionamento de água. Diferente
do que ocorre em outras cinco regiões metropolitanas do país (São Paulo-SP,
Campinas-SP, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ e Belo Horizonte-MG), Natal, pelo
menos por enquanto, está com o fornecimento de água regularizado. “Essa
situação confortável gera inclusive um problema. Porque a situação é boa na
capital, mas no restante do Estado, o cenário é crítico”, afirmou a
especialista em gestão de recursos hídricos, Joana D’arc Medeiros.
Reforço
O fornecimento de água na capital do Estado
será reforçado quando as obras de saneamento básico estiverem concluídas. A
alternativa é a produção a partir de novo sistema com captação no rio
Maxaranguape. Com a implantação desse sistema, existe a possibilidade de
desativação de poços com riscos de contaminação por nitratos. Além disso,
pode-se restringir a captação na Lagoa de Extremoz, que é abastecida pelos rios
Mudo e Guagiru, considerados de pequena extensão e de caráter temporário.
Os demais sistemas deverão ser ampliados com a
perfuração de novos poços e sistemas de tratamento, em especial para
Parnamirim. O total de investimentos previstos para todas as intervenções da
Região Metropolitana de Natal, segundo a ANA, é da ordem de R$ 236 milhões.
Tribuna do Norte
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