Eduardo Campos era candidato à Presidência
quando faleceu no dia 13 de agosto de 2014.
Foto: Daniel Ramalho/Terra
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O piloto do avião que
transportava o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos não seguiu o trajeto
recomendado para a aproximação à Base Aérea de Santos, antes da queda do avião,
no dia 13 de agosto do ano passado. Segundo dados apresentados pelo Centro de
Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), a aeronave passou para a
torre de comando informações fora da posição prevista.
"Para pousar com
segurança, o procedimento tem que seguir o perfil da carta", disse o
tenente-coronel aviador Raul de Souza, investigador encarregado do
acidente. “Ele fez o trajeto de descida
e arremetida diferente da carta. A gente não pode concluir que ele pegou um
‘atalho’”, ponderou.
A carta aeronáutica mostra o
trajeto que a aeronave precisava percorrer na aproximação do pouso e em uma
eventual arremetida. Nas indicações obtidas com base em informações de radar e
de testemunhas, o jato Cessna comandado pelo piloto Marcos Martins fez um
trajeto diferente nas duas situações.
Avião fez a aproximação indicada pela linha vermelha, quando deveria realizar o trajeto indicado pelas linhas pretas Foto: Cenipa / Divulgação
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O Cenipa apresentou nesta segunda-feira, em
Brasília, dados obtidos na primeira fase das investigações de coleta de dados. O
objetivo dos investigadores não é estipular uma causa, mas apresentar
recomendações de segurança.
Até agora, os investigadores
não encontraram problemas mecânicos que podem ter contribuído para a queda da
aeronave, mas evitam falar em falha humana. O relatório preliminar descarta
colisões da aeronave antes da queda, como em aves e em um Veículo Aéreo Não
Tripulado (Vant) ou qualquer outro obstáculo. Havia, a 20 km da área de pouso,
uma autorização para a operação de drones, o que não afetou pousos e
decolagens. Também foi descartada a hipótese de fogo em voo ou de aeronave no
dorso (de cabeça para baixo).
Os investigadores estimam que
o avião caiu a uma velocidade de aproximamente 600 km/h. “A aeronave estava em
condição de voo, completamente pronta para voar”, afirmou o investigador.
Habilitação dos pilotos
O Cenipa, por enquanto, apenas fez uma
recomendação para que as tripulações façam treinamentos específicos ao operar
jatos da série Cessna CE560-XL. O piloto da aeronave, Marcos Martins, não tinha
em seus registros um treinamento diferencial para operar o modelo C560-XLS+,
mas para um aparelho semelhante. Já o copiloto precisaria de um curso completo.
Apesar de fazer a recomendação, a Aeronáutica ainda não sabe se a falta de
treinamento foi um fator contribuinte para a queda.
Terra
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