Um preso foi flagrado fazendo
uso de um aparelho celular dentro da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, maior
presídio do Rio Grande do Norte. Fotos da cena foram cedidas ao jornal Tribuna
do Norte, que publicou as imagens. O preso que aparece usando o telefone já foi
identificado, mas o celular ainda não foi encontrado.
Diretor de Alcaçuz, Ivo Freire
disse ao G1 que dois procedimentos serão adotados com relação ao fato. “As
fotos foram tiradas de uma das guaritas, e o flagrante não foi imediatamente
comunicado à direção ou aos agentes de plantão. Isso será apurado. E a segunda
coisa a fazer nós já fizemos, que foi identificar o preso que aparece nas
imagens. Agora vamos encontrar o celular”, explicou.
O secretário de Justiça e
Cidadania, Wallber Virgolino, disse que o preso chama-se José Janildo Souza Lima.
"Ele foi retirado do pavilhão e responderá sindicância conforme a Lei de
Execução Penal. A falta grave", afirmou.
Segundo o jornal, as fotos
foram feitas nesta sexta-feira (10). O diretor, no entanto, não sabe dizer se a
informação procede. “Não tenho ideia quando foi feita, mas foi tirada da
guarita e passada sem que comunicassem a ninguém. O guarda responsável pela
guarita deveria ter comunicado o fato no mesmo instante, o que não aconteceu”,
ressaltou.
Fugas históricas
Nesta semana, a Penitenciária
Estadual de Alcaçuz registrou mais um fato histórico: a terceira maior fuga
desde que foi inaugurada, em 1998. Foi na noite da quarta-feira (8), ocasião em
que 33 detentos passaram por um buraco escavado no pé do muro, próximo de uma
guarita desativada. A quantidade e os nomes dos fugitivos só foram revelados
nesta sexta (10).
A maior fuga de Alcaçuz
aconteceu no dia 20 de janeiro de 2012. Ao todo, 41 detentos escaparam das
celas, que estavam sem cadeados, e passaram por cima do muro do chamado
Pavilhão 5, onde hoje funciona o Presídio Estadual Rogério Coutinho Madruga. A
segunda maior fuga da unidade aconteceu no dia 22 de abril de 2015, quando 35
presos escaparam por um túnel escavado a partir do pavilhão 2 da unidade.
Sistema em calamidade
O sistema penitenciário
potiguar não passa por um bom momento. E faz tempo. Em março de 2015, após uma
série de rebeliões em várias unidades prisionais, o governo decretou estado de
calamidade pública e pediu ajuda à Força Nacional. Para a recuperação de 14
presídios, todos depredados durante os motins, foram gastos mais de R$ 7
milhões. Tudo em vão. As melhorias feitas foram novamente destruídas.
Atualmente, em várias unidades, as celas não possuem grades e os presos
circulam livremente dentro dos pavilhões.
Além das unidades depredadas e
da superlotação, a violência e as fugas também se tornaram problemas constantes
para o Estado. Somente este ano, 12 detentos morreram dentro dos presídios e
249 já escaparam do sistema. Alguns foram recapturados, mas nem a Secretaria de
Justiça (Sejuc) nem a Secretaria de Segurança Pública (Sesed) sabem precisar a
quantidade de fugitivos que retornaram aos presídios.
G1RN

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