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A presidente afastada, Dilma
Rousseff, recorreu contra restrição a voos - Ueslei Marcelino/Reuters
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O governo do presidente
interino, Michel Temer, vai dar um prazo para a presidente afastada, Dilma
Rousseff, devolver cerca de 20 dos assessores que pediu ao ser afastada do
mandato. A petista será notificada pelo Gabinete de Segurança Institucional
(GSI) sobre a decisão da Casa Civil, que emitiu um parecer na sexta-feira da
semana passada restringindo as prerrogativas da presidente afastada. E caso não
exonere alguns de seus auxiliares “num prazo razoável”, a Casa Civil irá
demitir assessores de Dilma para reaver esses cargos.
O governo do presidente
interino ficou incomodado com o fato de Dilma ter montado uma equipe com cerca
de 35 auxiliares, entre altos cargos de confiança e ajudantes de ordem, e
limitou esse número em 15. Um exemplo citado por um técnico da Casa Civil é que
no gabinete da Presidência só havia um cargo de Natureza Especial (o topo da
hierarquia do funcionalismo) e este foi levado por Dilma. Essas funções
estariam fazendo falta na atual gestão, segundo uma fonte palaciana.
O principal assessor de Dilma,
Giles Azevedo, teve sua situação ajustada apenas na noite de sexta-feira,
quando a Casa Civil deu a ele uma função DAS 5 para seguir trabalhando com a
petista. O braço direito da presidente afastada estava num limbo jurídico desde
que o Senado confirmou seu afastamento, há um mês. Ele era secretário-executivo
do ministério da Chefia de Gabinete de Dilma, pasta extinta por Temer.
Apesar da irritação com os
privilégios de Dilma, por enquanto, está mantida a estrutura de funcionários no
Palácio da Alvorada. Segundo o governo, são 120 servidores apenas para manter o
dia a dia do Alvorada, como cozinheiros. Há ainda o médico da Presidência e
seguranças. Ao todo, são cerca de 160 pessoas.
Conforme O GLOBO antecipou, a
Casa Civil regulamentou as prerrogativas a que Dilma teria direito após seu
afastamento. Entre as decisões, limitou o uso de aeronaves da Força Aérea
Brasileira ao trajeto de Brasília a Porto Alegre, onde Dilma tem família, frustrando
os planos que a petista tinha de participar de eventos Brasil afora,
disseminando o discurso de que sofreu um golpe e que o governo Temer é
ilegítimo. Na sexta-feira, Dilma ingressou com uma ação na Justiça Federal
pedindo o fim da proibição. O pedido corre sob sigilo e foi registrado na 6ª
Vara Federal de Porto Alegre.
PENTE FINO EM CARGOS
O governo Temer também fez um
pente-fino nos cargos de confiança no Palácio do Planalto e identificou cerca
de 50 chamados de “espiões” da presidente afastada Dilma Rousseff. As demissões
desses funcionários estão saindo no Diário Oficial da União quase todos os
dias, mas o Planalto evita identificá-los. Segundo assessores, havia a
desconfiança que esses funcionários com cargos de confiança passassem informações
à presidente Dilma e ao seu staff direto.
As mudanças atingem sobretudo
o Gabinete da Presidência, a Casa Civil e a Secretaria de Governo, segundo um
ministro.
O Globo

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