Aprovado parecer sobre a
cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entrou na pauta do Conselho de Ética da Câmara
nesta quarta-feira, 15, representação do Partido Verde que pede cassação do
deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) por apologia ao crime de tortura. Reunião está
marcada para as 14h30min.
De acordo com o PV, ao
anunciar seu voto pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente
Dilma Rousseff (PT), em 17 de abril, Bolsonaro quebrou o decoro ao homenagear a
memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. "À memória do coronel Brilhante
Ustra, o pavor da Dilma", disse Bolsonaro, logo após homenagear Eduardo
Cunha.
Primeiro integrante da
ditadura reconhecido como torturador pela Justiça, o coronel Brilhante Ustra
foi chefe do Destacamento de Operações Internas (DOI-Codi) de São Paulo entre
1970 a 1974, mesmo período em que a presidente afastada foi presa e torturada.
Pelo menos 45 mortes são atribuídas ao militar, muitas delas sem qualquer
relação à luta armada contra a ditadura.
Confira momento do voto de
Jair Bolsonaro no Impeachment:
Conforme o argumento do
partido, a forma como Bolsonaro se referiu ao coronel constitui-se “em
verdadeira apologia ao crime de tortura”, atentado contra os direitos humanos e
desrespeito com aqueles que foram torturados durante a ditadura militar. Ação
da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ) também faz o mesmo
questionamento.
Liberdade de expressão
“O deputado Jair Bolsonaro tem
o direito de expressar suas preferências e simpatias. No entanto, não pode
fazê-lo de modo a enaltecer crimes ou criminosos. Essa citação, por tudo o que
o coronel Brilhante Ustra representou contra a democracia brasileira, os
direitos humanos e o estado de direito, constitui-se em uma grave ofensa aos
cidadãos do”, diz a representação.
Bolsonaro, por sua vez,
divulgou vídeo em que diz que Ustra não era torturador. "Jamais defenderia
um torturador, quem quer que seja. A memória que trouxe, por ocasião da votação
no último domingo é de um homem que esteve ao lado da democracia e ao lado da
nossa liberdade, lutando contra aqueles que queriam impor o comunismo", diz
o deputado, contrariando dezenas de depoimentos de vítimas e decisão do
Tribunal de Justiça de São Paulo contra Ustra.
O Povo
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