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Número de mortes no RN está em
ascendência (Foto: Mirella Lopes/Inter TV Cabugi)
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Em menos de quatro meses, já
passa de 800 o número de pessoas assassinadas este ano no Rio Grande do Norte.
A média também é assustadora: são 6,7 homicídios por dia. Segundo levantamento
feito pelo Observatório da Violência Letal Intencional do RN (OBVIO) –
instituto que contabiliza e analisa os crimes contra a vida no estado – nunca
se matou tanto. No topo da sangria está Natal. De 1º de janeiro até as 13h
desta sexta-feira (28), foram registrados 218 homicídios na capital dos
potiguares.
Violência em alta
Ainda de acordo com o OBVIO,
os casos de homicídio estão numa ascendência preocupante no estado. Nos
primeiros quatro meses de 2016, por exemplo, 605 pessoas foram mortas. Este
ano, com a marca de 801 homicídios já contabilizados, significa que o número de
mortes cresceu 31,5%.
Além de homicídios dolosos,
entram na estatística outros crimes violentos que resultem em morte, como roubo
(no latrocínio), estupro ou lesão corporal seguidos de morte. Cadáveres e
ossadas encontradas e mortos em confrontos policiais também são considerados.
No estado, a média atual é de
22,64 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2016, neste mesmo
período do ano, foi de 17,41. De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS) – é considerada aceitável uma taxa de 10 homicídios para cada grupo de
100 mil habitantes – mesma escala utilizada pela Organização das Nações Unidas,
a ONU.
Cidades mais sangrentas
Em Natal, foram 184
assassinatos entre 1º de janeiro e 28 de abril de 2016. Este ano, no mesmo
período, 218 homicídios já foram registrados – o que representa um aumento de
18,5%.
Na lista das cidades mais
violentas do ano no estado, também preocupam:
Mossoró, com 86 homicídios
contabilizados;
Parnamirim (55);
Ceará-Mirim (52).
“A violência marca sua
presença contínua em nosso estado. O milagre que vem sendo operado pelos
agentes de segurança pública, deixam de acontecer devido à fadiga causada pela
sobrecarga de ações criminosas”, comentou Ivênio Hermes, especialistas em
segurança pública e coordenador do OBVIO.
Ainda de acordo com Ivênio, a
gestão perdeu a oportunidade de, no início da gestão, buscar soluções para os
problemas de efetivo policial e de ampliação do sistema carcerário. “Hoje, são
poucos policiais para muitas ações criminosas. E nenhum lugar para colocar
novos presos”, ressaltou.
O especialista ainda
acrescentou: “Nenhuma boa vontade dos gestores e agentes de segurança pública
pode resultar em êxito sem o devido suporte”.
A Secretaria de Segurança
Pública e da Defesa Social (Sesed) não havia se pronunciado a respeito das
estatísticas do OBVIO até o fechamento desta reportagem. Contudo, ao assumir a
pasta, fato ocorrido no último dia 19, a delegada Sheila Freitas afirmou que
pretende "otimizar o trabalho do efetivo reduzido de policiais" e que
"não vai dar trégua à bandidagem". Segundo a nova secretária, o
reforço no policiamento ostensivo nas ruas é uma das necessidades mais
urgentes. Para isso, uma parceria com a Secretaria Nacional de Segurança
Pública (Senasp) deve disponibilizar R$ 3 milhões destinados ao pagamento de
Diárias Operacionais (DOs).
Capital mais violenta do país
No início do mês, uma pesquisa
elaborada e divulgada pela ONG mexicana Conselho Cidadão para Segurança Pública
e Justiça Penal, revelou outro dado preocupante ao apontar Natal, a capital
potiguar, como a 10ª cidade mais violenta do mundo. A lista, que possui 50
cidades, inclui 19 cidades brasileiras. Destas, Natal é a primeira, com 69,56
homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes.
G1RN
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