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Soldados do Batalhão da Guarda
Presidencial de prontidão no Palácio do Planalto se preparavam desde
quinta-feira para a greve. Foto: André Coelho/Agência Globo
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O dia ainda não terminou, mas
o governo avalia que o estrago que a greve geral poderá fazer na votação da
reforma da Previdência será menor do que se previa anteriormente. Em uma
avaliação preliminar, o Palácio do Planalto acredita que, pelo menos até agora,
o movimento está enfraquecido, porque a população brasileira não concorda com
as paralisações centradas, principalmente, nos serviços de transportes.
— Há um baixo engajamento
nessa radicalização, cujo objetivo foi forçar um feriadão. O problema do país
não é a greve, e sim o desemprego — disse uma fonte ligada à Presidência da
República. — Essa greve poderá até favorecer o governo. O que esse pessoal não
contava era com a reação da população.
Essa visão do Palácio a
respeito do movimento também foi demonstrada, nesta sexta-feira, pelo
presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele desqualificou a
greve, chamando-a de piquete, termo usado para definir um bloqueio, por um
grupo de grevistas, dos acessos aos locais de trabalho.
— Isso não é greve, é piquete.
Greve é quando o trabalhador cruza os braços na fábrica. Mas hoje as pessoas
estão em casa. O que está acontecendo é um grupo impondo uma restrição ao
direitos das pessoas se locomoverem — afirmou.
Mas não é assim que pensa o
líder do PT na Câmara, Carlos Zaratini (SP). Ele garante estar convencido que a
vida do governo ficará mais difícil daqui para frente, ao tentar aprovar a
reforma da Previdência.
— Tenho certeza que a greve
vai impactar. A maioria das pessoas não foi trabalhar. Em São Paulo, a cidade
está vazia. Essa greve demonstra que a maioria da população repudia as chamadas
reformas — disse Zaratini.
O presidente Michel Temer está
despachando desde às 9h30 em seu gabinete, no Palácio do Planalto. Tem sido
informado a todo momento sobre as manifestações. Soube, agora de manhã, que as
capitais mais problemáticas, com ações de vandalismo e bloqueios de acesso em
vias e rodovias, são Brasília, Rio, São Paulo, Fortaleza e Porto Alegre. Esse
estado de alerta continua na parte da tarde.
Para o líder da naioria na
Câmara, Lelo Coimbra (PMDB-ES), a forma escolhida pelos organizadores da greve
de fechar vias, prejudicando quem optou por trabalhar, foi errada. Ao invés de
fortalecer o discurso da oposição contra as reformas, destacou, prejudica. Numa
análise preliminar, o parlamentar disse que não viu uma greve geral no seu
estado, mas "movimentos políticos partidários e sindicatos prejudicando o
direito das pessoas de ir e vir". Segundo ele, o debate das reformas
continua e os congressistas precisam ouvir a população:
— Temos que ter capacidade de
ouvir, de conversar com as pessoas. A reforma da Previdência é em benefício do
bem comum — disse.
O Globo
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