A taxa de analfabetismo
no Rio Grande do Norte está em 10,5%. Esses são os dados mais recentes
divulgados pelo IBGE, que estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD) Contínua: Educação 2022. Nenhum estado do Nordeste conseguiu bater a
meta estabelecida.
A taxa de analfabetismo é uma
das metas do atual Plano Nacional de Educação (PNE), que tem vigência até 2024.
Um dos itens seria a redução da taxa da população de 15 anos ou mais para 6,5%
em 2015 e a erradicação em 2024. A meta intermediária foi alcançada em 2017 na
média Brasil, porém, no Nordeste e para a população preta ou parda, ainda não
foi alcançada.
Além dos nove estados nordestinos, também não cumpriram a meta o Acre, Pará e Tocantins, que têm taxas de 8,5, 7,4% e 7,2%, respectivamente.
en comparação aos demais
estados nordestinos, o Rio Grande do Norte tem a segunda menor taxa de
analfabetismo, atrás apenas da Bahia (10,3%). A pior situação é no Piauí, com
14,8%. Entre os vizinhos, Ceará tem 12%, Paraíba 13,6% e Pernambuco tem 11%.
Redução
A taxa de analfabetismo das
pessoas de 15 anos ou mais recuou de 6,1% em 2019 para 5,6% em 2022, uma
redução de pouco mais de 490 mil analfabetos no país, chegando a menor taxa da
série, iniciada em 2016. No total, eram 9,6 milhões de pessoas que não sabiam
ler e escrever, sendo que 55,3% (5,3 milhões) delas viviam no Nordeste e 54,2%
(5,2 milhões) tinham 60 anos ou mais.
Essa é a primeira divulgação
do módulo após a pandemia. Devido à redução na taxa de aproveitamento da
amostra, causada pela mudança na forma de coleta implementada emergencialmente
durante o período de distanciamento social, a divulgação do suplemento foi
suspensa em 2020 e 2021, retornando agora com os resultados para 2022.
“O analfabetismo segue em
trajetória de queda, mas mantém uma característica estrutural: quanto mais
velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos. Isso indica que
as gerações mais novas estão tendo maior acesso à educação e sendo
alfabetizadas ainda crianças, enquanto permanece um contingente de analfabetos,
formado principalmente, por pessoas idosas que não acessaram à alfabetização na
infância/juventude e permanecem analfabetas na vida adulta”, observa a
coordenadora Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.
As taxas ficaram em 16,0%
entre as pessoas de 60 anos ou mais, 9,8% entre as pessoas com 40 anos ou mais,
6,8% entre aquelas com 25 anos ou mais e 5,6% entre a população de 15 anos ou
mais. Por outro lado, a taxa de analfabetismo das pessoas de 60 anos ou mais
foi a que mais caiu, reduzindo-se em 2,1 p.p frente a 2019 e 4,5 p.p. ante
2016.
Pretos e pardos
Em 2022, entre as pessoas
pretas ou pardas com 15 anos ou mais de idade, 7,4% eram analfabetas, mais que
o dobro da taxa encontrada entre as pessoas brancas (3,4%). No grupo etário de
60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo dos brancos alcançou 9,3%, enquanto
entre pretos ou pardos ela chegava a 23,3%.
Na análise por sexo, a taxa de
analfabetismo das mulheres de 15 anos ou mais, em 2022, foi de 5,4%, enquanto a
dos homens foi de 5,9%. Entre os idosos, a taxa das mulheres foi de 16,3%,
ficando acima da dos homens (15,7%).
Beringuy destaca que “a tendência de queda do analfabetismo se verifica nos grupos onde ele é maior: população mais velha e pessoas de cor preta ou parda. É como se tivesse mais espaço para queda nesses grupos, uma vez que a população jovem já está mais escolarizada. De todo modo, temos um panorama no qual persiste mais de 20% da população de 60 anos ou mais de cor preta ou parda na condição de analfabeta”.
Nordeste x Sudeste
A taxa de analfabetismo para
as pessoas de 15 anos ou mais também reflete desigualdades regionais: o
Nordeste tem a taxa mais alta (11,7%) e o Sudeste, a mais baixa (2,9%). No
grupo dos idosos (60 anos ou mais) a diferença é maior: 32,5% para o Nordeste e
8,8% para o Sudeste.
“A taxa de analfabetismo é uma
das metas do atual Plano Nacional de Educação (PNE), que tem vigência até 2024.
Um dos itens seria a redução da taxa da população de 15 anos ou mais para 6,5%
em 2015 e a erradicação em 2024. A meta intermediária foi alcançada em 2017 na
média Brasil, porém, no Nordeste e para a população preta ou parda, ainda não
foi alcançada”, ressalta a coordenadora.
Entre as 27 unidades da
federação, as que mostraram as três maiores taxas de analfabetismo foram Piauí
(14,8%), Alagoas (14,4%) e Paraíba (13,6%). Já as três menores taxas foram as
do Distrito Federal (1,9%), Rio de Janeiro (2,1%) e de São Paulo e Santa
Catarina (ambos com 2,2%).
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