O dólar comercial ganha força
nesta quinta-feira, em que s investidores repercutem a possibilidade de
agravamento da crise política e econômica e a decisão do Banco Central em
relação aos juros. Às 12h56, a moeda americana era negociada a R$ 3,758 na
compra e a R$ 3,760, valorização de 0,29% ante o real. Já a Bolsa de Valores de
São Paulo (Bovespa) tem leve alta de 0,41% em seu índice de referência
Ibovespa, que chega aos 47.059 pontos.
Os investidores temem os
efeitos da prião do senador Delcício do Amaral, lider do governo no Senado
Federal, sobre as medidas de ajuste fiscal, como a mudança da meta de 2015 e o
Orçamento de 2016. Jefferson Luiz Rugik, analista da Correparti Corretora de
Câmbio, lembra ainda que a prisão do banqueiro André Esteves causou o temor de
um “efeito dominó”.
As ações do BTG Pactual, que estão
foram do Ibovespa, registram queda de 2,54% na abertura dos negócios na Bolsa.
Na quarta-feira, esses papéis tiveram um tom de 21%.
Já no Ibovespa, a alta é
sustentada pelas ações de maior negociação. Os papéis de bancos que sofreram no
pregão anterior na esteira dos temores causados pela prisão de Esteves,
apresentam recuperação nesta quinta-feira. As ações preferenciais do Itaú Unibanco
e do Bradesco registram alta de, respectivamente, 1,43% e 1,18%. No caso do
Banco do Brasil, a alta é de 2,58%.
André Esteves, do BTG
PactualMoody’s coloca BTG Pactual em revisão para rebaixamento
— Os bancos e a Petrobras
estão se recuperando. O mercado está um pouco mais tranquilo nesta quinta-feira
— afirmou Paulo Eduardo Nogueira Gomes, economista da Azimut Wealth Management.
As ações preferenciais (PNs,
sem direito a voto) da Petrobras têm leve queda de 0,37%, cotadas a R$ 7,87, e
as ordinárias (ONs, com direito a voto) sobem 0,41%, a R$ 9,70.
Já as ações do JBS caem 3,27%
com a expectativa de que a Polícia Federal passe a investigar os contratos de
empréstimo do BNDES.
AJUSTE NOS JUROS
Outro ponto de atenção é a
trajetória de juros no país. Na quarta-feira à noite, o Comitê de Política
Monetária (Copom) do BC anunciou a manutenção da Selic em 14,25% ao ano. No
entanto, a decisão não foi unânime e dois diretores votaram por uma alta de 0,5
ponto percentual na taxa. Na visão de analistas, isso aumenta a chance de uma
nova alta da taxa nas próximas reuniões.
Na avaliação de Gomes, da
Azimut Wealth Management, essa alta do dólar acompanha o movimento externo,
apesar da possibilidade de nova alta de juros.
— Os dois votos do Copom por
uma alta de 0,5 ponto percentual foi positivo. Mostra que há uma preocupação
com a inflação. Mas, ainda assim, o dólar hoje se fortalece em escala global
hoje — afirmou.
No exterior, o feriado de Ação
de Graças nos Estados Unidos deve fazer com que o fluxo de negócios sejam menor
nesta quinta-feira. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que mede o
comportamento do dólar em relação a uma cesta de dez moedas, está estável.
O Globo
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