O governador de Pernambuco,
Paulo Câmara, reuniu-se hoje (26) com a presidenta Dilma Rousseff para relatar
a situação do aumento de casos de microcefalia no estado e discutir ações para
conter a doença. Pernambuco tem 487 notificações de suspeita de microcefalia e
175 casos confirmados. A microcefalia afeta o crescimento adequado do cérebro
do bebê.
Na reunião, Dilma decidiu
enviar o ministro da Saúde, Marcelo Castro, técnicos do ministério e da Defesa
Civil a Pernambuco na segunda-feira (30) para uma reunião com prefeitos,
organizada pelo governo estadual. Segundo Câmara, Dilma demonstrou “muita
preocupação” com o crescimento dos casos de microcefalia e se prontificou a
fazer uma visita a Pernambuco quando retornar de viagens internacionais nas
próximas semanas.
“Senti por parte da presidenta
todo o desejo de nos ajudar, de ajudar o Nordeste, de colocar sua equipe à
disposição”, disse Câmara. “É um momento de mobilização nacional. É uma questão
que está concentrada no Nordeste, mas que pode muito bem chegar a outros
estados numa velocidade que também pode preocupar”, completou.
O governo ainda não
identificou a causa do aumento recente de casos de microcefalia, principalmente
em estados do Nordeste, mas a principal hipótese é que o crescimento esteja
associado à ocorrência do vírus zika em gestantes. Não há casos na medicina que
comprovem a relação, mas pesquisas, como uma da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), constataram a presença do genoma do vírus em mães que tiveram bebês
com microcefalia. O Zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo
vetor da dengue.
De acordo com Câmara, se a
hipótese for confirmada, a ação de combate ao mosquito precisa ser fortalecida
imediatamente, antes da chegada do verão, quando aumentam os casos de dengue e
outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
“Caso realmente o zika seja o
responsável pelo aumento do número de crianças nascendo com microcefalia, vamos
precisar fazer uma ação muito grande de combate ao mosquito. Temos que ir aos
criadouros, que fazer um amplo trabalho de comunicação com as pessoas no
sentido de não deixar água represada para proliferação de insetos, mosquitos. É
uma força-tarefa que precisa do apoio de todos nesse momento”, destacou.
Assistência
Além das medidas preventivas,
Câmara disse que é preciso garantir assistência aos bebês e às famílias, com
apoio social e acesso a tratamentos como fisioterapia. “Temos que ter uma
preocupação muito grande com assistência, com protocolos, para as pessoas
saberem para onde encaminhar essas mães, para as crianças terem tratamento
adequado já nos primeiros meses de vida.”
Segundo o governador, Dilma e
ele não conversaram sobre valores, mas avaliam que as ações de combate ao
avanço da microcefalia vão exigir recursos e pessoal.
Agência Brasil
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