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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Nove estados registram 739 casos de microcefalia no país

Ministro da Saúde, Marcelo de Castro, durante coletiva sobre microcefalia - ANDRE COELHO / Agência O Globo
Em 2015, até o dia 21 de novembro, foram registrados 739 casos de microcefalia em nove estados do país. Pela primeira vez, há o registro de uma ocorrência fora do Nordeste. Houve a notificação de um bebê com microcefalia em Rio Verde, no interior de Goiás. Ainda assim, está abaixo do registrado no ano passado, quando o estado teve três casos. Os números foram divulgados nesta terça-feira, 24, pelo Ministério da Saúde. Segundo o ministro, Marcelo Castro, a probabilidade de a epidemia que atinge o Nordeste ser causada pelo zika vírus é superior a 90%.

No boletim anterior, liberado há sete dias, o número de casos estava em 399, distribuídos por sete estados. A microcefalia é uma malformação em que os bebês nascem com a cabeça menor que o normal e que, em 90% dos casos, leva ao retardo mental. Em 2014, foram 147 em todo o país. O principal suspeito pelo aumento do número de casos é o zika vírus, que causa uma doença parecida com a dengue, mas com sintomas mais brandos. 

Pernambuco é o estado com mais casos registrados: agora são 487, frente aos 268 informados na semana passada. Em seguida vêm Paraíba (96), Sergipe (54), Rio Grande do Norte (47), Piauí (27), Alagoas (10), Ceará (9), Bahia (8) e Goiás (1). Foi também notificado um óbito suspeito no Rio Grande do Norte, que ainda está sendo investigado. O Ministério da Saúde chegou a informar que Pernambuco continuava a registrar 268 casos, mas depois atualizou o número, argumentando que houve um problema na transmissão dos dados do estado.

Segundo a pasta, os números do boletim divulgado agora dizem respeito àqueles que foram notificados formalmente pelos estados e que não são caracterizados como casos "normais", ou seja, que acontecem espontaneamente. Em relação a Goiás, o diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, afirmou que o caso está sendo investigado e ainda não dá para dizer se haverá uma tendência de aumento no estado. Ele também explicou que os números se referem apenas a recém-nascidos, não incluindo fetos ainda na barriga da mãe.

Até agora, foi confirmado que o zika vírus circula em 18 estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, São Paulo e Tocantins. O ministro Marcelo Castro diz que a probabilidade de haver ligação entre a microcefalia e o zika vírus é alta, mas ressalvou que isso nunca foi registrado em outras partes do mundo.

— Esse é um problema que está entregue aos cientistas, aos pesquisadores. Quem sou eu para me antecipar a eles? O que eles estão dizendo é que nós podemos afirmar com segurança que é acima de 90% a probabilidade de ser verdadeiramente o zika. Há uns pesquisadores que chegam a dizer que é de 99,5% a certeza de que é o zika virus. Mas se nós tivéssemos uma literatura internacional que nos respaldasse, não tinha nenhum problema. Se a literatura do mundo diz que zika causa microcefalia, e nós tivemos um surto de zika e, nove meses depois, um número muito grande de microcefalia, estaria feita a correlação, não teria nenhuma problema. O problema é que é tudo o que está acontecendo hoje no Brasil é de primeira vez, é inédito — avaliou o ministro da Saúde, Marcelo Castro.

199 CIDADES EM RISCO
Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde também divulgou o resultado do Levantamento Rápido de Índice Aedes aegypti (LIRAa), feito em 1.792 cidades. Segundo o LIRAa, 199 municípios brasileiros estão em situação de risco de surto para as três doenças causadas pelo mosquito Aedes: dengue, chicungunha e zika. Isso porque mais de 4% das casas visitadas nesses locais continham larvas do mosquito. Outros 665 municípios tiveram entre 1% e 3,9% dos imóveis com focos do Aedes aegypti e, por isso, estão em alerta. As outras 928 cidades estão em situação satisfatória.

O Ministério da Saúde voltou a destacar que, apesar dos indícios, ainda não está provada a ligação entre o zika vírus e a microcefalia. Assim, continua a orientar as grávidas a fazer o pré-natal e a realizar os exames recomendados pelo médico, além de não consumir bebidas alcoólicas, drogas ou medicamentos sem orientação médica. Recomenda ainda a evitar contato com pessoas com febres ou infecções. Outra orientação é procurar o médico se tiver sintomas como febre, coceira, manchas avermelhadas e dor de cabeça, nas articulações ou atrás dos olhos, uma vez que podem indicar que a pessoa tem uma das três doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

Também orienta a tomar medias que possam reduzir a presença do mosquito, como a eliminação de criadouros. O inseto se reproduz onde há água parada e limpa. Outra medida recomendada é usar telas nas janelas e portas, para evitar a entrada do mosquito em casa. Orienta ainda que as gestantes usem calça e camisa de manga comprido, além de repelentes permitidos para gestantes.

— Estamos agora com o problema potencializado. Além da dengue, que mata, e além da chikungunya, que aleija pelo menos temporariamente, o zika vírus pode, acreditam os cientistas, causar a microcefalia. Então estamos com um problema de dimensões muito grandes para a gente enfrentar — disse Marcelo Castro. — (Esse problema) Não será resolvido pelo governo federal, nem só pelos governos estaduais, nem só pelos governos municipais. Terá que ser uma ação conjunta de todos e principalmente da sociedade.

MUNICÍPIOS PEDEM MAIS RECURSOS
A pasta informou que já repassou a estados e municípios R$ 1,25 bilhão em 2015 por meio do Piso Fixo de Vigilância e Promoção da Saúde, que é usado no custeio de todas as ações de vigilância em saúde, inclusive da dengue. O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse que não faltará recursos e que, se houver necessidade, os repasses a estados e municípios aumentarão. O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) reclama que o volume de recursos federais para ações na saúde como um todo são insuficientes.

— No ano que vem o déficit que nós apontamos é de R$ 16,8 bilhões (em repasses federais para os municípios) — afirmou o presidente do Conasems e secretário de Saúde de São Lourenço (MG), Mauro Guimarães Junqueira, acrescentando — Só tem corte de recursos na Saúde. Diferente do Bolsa Família. Bolsa Família falaram que iam cortar, não pode. População não pode ter fome, mas pode faltar assistência à saúde.

O ministério informou ainda que está distribuindo aos estados e municípios insumos estratégicos, como inseticidas e kits de diagnósticos. Também está elaborando e revisando materiais técnicos para orientar estados e municípios a respeito das três doenças. O secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi, reconheceu que houve problemas na entrega dos insumos, mas disse que o problema foi resolvido e a distribuição estará regularizada até amanhã.

Das 18 capitais pesquisadas no LIRAs, apenas Rio Branco está em situação de risco de surto. Sete estão em alerta: Rio de Janeiro, Recife, Belém São Luís, Cuiabá, Porto Velho e Aracaju. Nove capitais não enviaram resultados: Macapá, Manaus, Maceió, Natal, Salvador, Vitória, Goiânia, Florianópolis e Porto Alegre. O restante está em situação satisfatória.

MAIS DE 1,5 MILHÃO COM DENGUE ESTE ANO
Em 2015, até o dia 14 de novembro, já foram registrados 1,53 milhão de prováveis casos de dengue, um aumento de 176% (quase o triplo) em relação ao mesmo período de 2014, quando houve 555 mil casos. Também foram registrados 17.146 casos suspeitos de chikungunya, dos quais 6.726 foram confirmados. Em 2014, foram 3.657 casos suspeitos.

Goiás foi o estado com maior incidência de dengue: 2.314 casos por 100 mil habitantes, seguido de São Paulo (1.615) e Pernambuco (901). Em números absolutos, São Paulo foi o que mais registrou casos: 711 mil, quase metade do total. Os casos de dengue se concentram no primeiro semestre do ano. Ou seja, o período de maior proliferação está chegando.

Este ano, 811 pessoas morreram em decorrência da dengue, um aumento de 79% em relação aos 453 óbitos no mesmo período do ano anterior. O número de casos graves aumentou 104,4%, totalizando 1.488 em 2015, contra 728 no mesmo período de 2014. Os principais criadouros do mosquito variam de acordo com a região. No Norte e no Sul, é o lixo. No Nordeste, recipientes usados para armazenar água. No Sudeste, depósitos domiciliares, como vasos de plantas e garrafas, se destacam. No Centro-Oeste, não há predominância clara entre os três tipos de criadouro.


O Ministério da Saúde também lançou a nova campanha contra a dengue, que alerta: "Se o mosquito da dengue pode matar, ele não pode nascer. Ele agora transmite também chikungunya e zika". Ela será veiculada na televisão, rádios, internet e por meio de painéis eletrônicos.

O Globo

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