Pretendemos oferecer subsídios
e despertar a sociedade para um debate que vai para além dos muros das escolas,
das famílias e de outras instituições. Pensamos a Escola pública como um espaço
para despertar o senso crítico dos nossos alunos e alunas para que possam
superar preconceitos e as falsas verdades do senso comum em busca da
reconstrução de valores, comportamentos e atitudes.
É preciso discutir gênero para
desmaterializar as razões que sustentam as formas e práticas de injustiças
ocultas e desigualdades expressas. Quando não existe a omissão deste debate
estamos forçando a construção de identidades étnicas, gênero e de classe.
As diferenças entre homens e
mulheres foram historicamente manipuladas para justificar as desigualdades
sociais à medida que, em diferentes sociedades e períodos históricos foram
forjadas práticas de submissão feminina. A bíblia carrega este pesado conteúdo
quando diz: Mulheres sedes submissas aos vossos maridos. A dominação patriarcal
é um outro exemplo a ser considerado.
Embora tenhamos ao longo dos
anos obtidos conquistas significativas fruto das muitas lutas, as mulheres
ainda vivem um cenário de muita exploração. Das mulheres ocupadas, 91% se
dedicam a afazeres domésticos dedicando 22h de trabalho semanal, enquanto que
dos homens ocupados, 46% realizam afazeres domésticos e dedicam 9,9% de horas
para estas tarefas.
Quase metade das trabalhadoras
brasileiras está no setor da Educação. 17% delas são domésticas. Profissionais
cuja competência é vista como maternidade e está ligada ao papel feminino. São
em número reduzido as profissões ligadas à tecnologia e à produção. As mulheres
continuam desempenhando papéis que socialmente são desprestigiados pela mão
visível do capitalismo.
Segundo dados da ONU, as
mulheres representam 70% da população mais pobre do planeta. No Brasil, as
mulheres representam 53% da força de trabalho. Onde estas recebem em média 70%
dos rendimentos dos homens. E as mulheres negras recebem em média 50% das
mulheres brancas.
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