Ficou claro que Saramandaia será totalmente diferente
das três novelas da Globo em cartaz. E, ao que parece, será mais um triunfo
entre as minisséries produzidas pela emissora a partir de 2011, cujo clímax, do
ponto de vista da criatividade artística, foi a mais recente: “ Gabriela”.
Trata-se, como se sabe, do
remake da novela de Dias Gomes exibida no período de maio a dezembro de 1976,
que teve 160 capítulos e igual número de problemas com a censura. A nova versão
terá 57 capítulos e nenhum problema, até porque, pelo menos oficialmente, a
censura permanece censurada.
O novo autor, Ricardo
Linhares, cujo o talento floresceu à sombra de Gilberto Braga (último trabalho
da dupla: “Insensato Coração”) não se limitou a copiar o texto original, pois,
apesar de conservar a estrutura da história e as principais personagens,
alterou totalmente o foco da denuncia. Enquanto a sátira política de Dias Gomes
alfinetava (através de metáforas) a ditadura militar, a de Ricardo Linhares tem
como alvo a “ditadura da intolerância”.
Lamentavelmente, 80% dos
capítulos da Saramandaia original foram destruídos num incêndio, e, na
impossibilidade da comparação, o que restou dela ficou guardado no computador
da memória do telespectador e também poderá ser relembrado através do que foi
escrito na época da exibição.
Filiada ao chamado realismo
fantástico, importado da literatura por Dias Gomes, a atual versão de
Saramandaia foi beneficiada pelos efeitos especiais que a televisão foi buscar
na usina cinematográfica americana. Para a recriação física de Dona Redonda
(Vera Holtz), escolha tão acertada quanto à da intérprete anterior (Wilza
Carla), a Globo chegou a contratar um técnico hollywoodiano.
Mas, se o efeito especial
torna mais convincente a fantasia delirante do realismo fantástico, ainda mais
importante são os artistas que estão corporificando os personagens que fogem à
ficção tradicional. Pelo que se viu no capítulo de estreia, o novo elenco – ou
a maioria dele – não decepcionará. E a produção é de categoria internacional.
Resta lamentar que
Saramandaia, assim como aconteceu com “Gabriela”, seja programada para o
horário favorito dos vampiros da noite. Pena que somente o capitulo de estreia
( nesta segunda-feira ) tenha sido exibida logo depois de “Amor à Vida”.
Da Tribuna do Norte
Esse tipo de programação junto com novelas entre outros são os lixos do Brasil, só ensina futilidades, educação que é bom, nada.
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