
Recentemente este blogueiro
teve o previlégio de poder tomar essa delícia servida das mãos de Kaline, que fez questão
de levar um generoso pote do sorvete até os estúdios da rádio Cabugi Central, durante apresentação do
programa Cabugi Notícias. Eu e meu parceiro Emerson Macêdo, juntos com o nosso
convidado Dutra Assunção, nos saciamos com essa incrível delícia.
EMERSON, KALINE E CARLOS COSTA |
Quem nasceu ou costuma visitar
o sertão potiguar já deve ter ouvido falar
no fruto pêlo, nativo da palma, espécie de cacto da caatinga. Esse tipo
de vegetação é bastante comum na região do semiárido e muito utilizada para
alimentar gado. Pois a comadre não sabe, mas o fato é que a palma é bem mais
que isso; já tem gente tirando dela verdadeiras iguarias finas!
A primeira vez que ouvi falar
desse assunto foi no passado, quando a amiga chef Gabriela Sales voltava de
Angicos — , município do sertão central potiguar — encantada com uma pesquisa
de uma jovem que tentava trabalhar com a polpa dessa frutinha rústica para
fabricação de suco, geleia e sorvete.
A jovem em questão é Kaline
Cristine de Castro, proprietária da sorveteria Sertão Gelado. Em parceria com o
Sebrae, ela de fato conseguiu concretizar seu projeto e o sorvete acabou
virando realidade. A fábrica da sorveteira integra o projeto Incubadora
Tecnológica e Multissetorial do Sertão do Cabugi, na Universidade Federal Rural
do Semiárido (Ufersa).
Eis que esta semana o assunto
voltou à mesa. O tal sorvete de pêlo criado por Kaline foi trazido para Natal
pelo gastrônomo e dono do restaurante Dolce Vita, Zé Maria Xavier. Já tem um tempo que o Dolce Vita investe no
uso de produtos de forte acento
potiguar, como é o caso do arroz vermelho, da batata doce, cordeiro e camarão
do mar.
Zé Maria viu recentemente a
notinha no jornal e logo tratou de ir a Angicos conhecer de perto a iguaria.
Adorou!
De fato, é uma delícia. É
azedinho mas com textura leve. A polpa é carnuda e mantém o sorvete cremoso. É
servido acompanhado com a calda feita com sementinhas do fruto. Zé Maria disse
que o sorvete já está disponível para o cliente. É só pedir. O Dolce Vita fica
na rua Mossoró, em Petrópolis.
Olhaí mais um exemplo de como
o apoio à pesquisa pode ajudar a descobrir alimentos com potencial
gastronômico, cultural e econômico.
Quem quiser conferir o sorvete
em Angicos, a loja de Kaline também trabalha com sabores típicos da região,
como manga, caju, umbú e abacaxi e, claro, o sorvete da fruta do pêlo. Há ainda
sabores de milho, tapioca e rapadura. Atualmente, a empresa tem uma produção
mensal de 750 litros de sorvetes e 6,5 mil picolés de diversos sabores, segundo
informações do Sebrae.
A fruta pêlo possui uma polpa
carnuda que também pode ser utilizada na produção de geleias, mousses e
recheios em caldas. O quilo chega a custar R$ 10. O preço é compatível com a
dificuldade no beneficiamento. O fruto deve ser manipulado com cuidado uma vez
que a sua casca possui muitos pontinhos cheios de minúsculos espinhos, os
pêlos, que penetram na pele. Para retirá-los se faz necessário o uso de uma
pinça.
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