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É em homenagem a toda a sua
trajetória que a Arquidiocese de Natal celebrou missa em ação de graças às 17h deste
sábado (13), no Santuário dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, no bairro de Nazaré.
A solenidade foi realizada
devido os 50 anos de ordenação sacerdotal do Arcebispo Emérito, Dom Matias
Patrício de Macêdo. A celebração contou com presença do Arcebispo
Metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, do clero natalense (padres e diáconos),
fiéis e autoridades.
Apesar de nascido no município
de Santana do Matos, Dom Matias se considera filho de Angicos, onde se criou.
Foi nesta cidade que fez catecismo e foi ajudante de missa, recebendo, na
sequência, o convite para ser seminarista. Convite esse que foi negado, num
primeiro momento. Apenas no ano seguinte, mas precisamente em 1951, o religioso
atendeu ao chamado de sua vocação e começou sua jornada rumo ao sacerdócio.
Foram seis anos de estudos no
Seminário Menor, que oferecia cursos regulares de científico e magistério, até
a viagem para Fortaleza-CE, onde cursou Teologia e Filosofia no Seminário
Maior. Em 1963, pouco antes de completar sua formação, foi ordenado padre,
voltando ao Rio Grande do Norte. Fez, então, o Curso de Ação Pastoral assumindo
as paróquias de Canguaretama e Pedro Velho, que englobavam cinco municípios (os
dois já citados, mais Vila Flor, Montanhas e Baía Formosa). Algum tempo depois
Dom Matias foi transferido para a paróquia de Nova Cruz, que aglutina as
cidades de Lagoa D´Anta, Passa-e-fica e Serra de São Bento, e à qual dedicou 22
longos anos de exercício eclesiástico. Em julho de 1990 foi nomeado como Bispo,
vindo a assumir a Diocese de Cajazeiras, na Paraíba, em novembro do mesmo ano.
Após breve período como Bispo de Campina Grande-PB, assumiu a Arquidiocese de
Natal, recebendo o título honorífico de Arcebispo em janeiro de 2004. Ao
completar 75 anos, cumprindo o que manda o Direito Canônico, apresentou
renúncia ao Papa, que foi aceita em 21 de dezembro de 2011. Mesmo assim,
permaneceu à frente da Arquidiocese de Natal, como Administrador Apostólico,
até a posse do atual arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha, em 26 de fevereiro de
2012.
Na vida pessoal, Dom Matias
Patrício de Macêdo é adepto de práticas simples. “Sempre gostei muito de
esportes, quando jovem jogava futebol. Fui zagueiro e, assim como o Papa João
Paulo II, goleiro”, relembra. “Comigo não tinha tempo ruim. A bola podia até
passar, mas o atacante não”, ri o religioso. O Arcebispo Emérito de Natal
também aponta a jardinagem, atividade que vem das raízes interioranas, como um
de seus hobbies. O interior do Estado, por sinal, é uma grande paixão dele.
“Gosto muito de viajar, mas tenho andado cansado de grandes empreitadas.
Sinto-me realizado quando posso ir às pequenas cidades. A cortesia do povo
sertanejo me encanta, você sente sinceridade, simpatia e autenticidade desde o
primeiro bom dia que eles te dão. Essa admiração pelo caráter do interiorano
inspirou, inclusive, uma celebração que eu comandei em Nova Cruz, chamada
‘Missa da Feira’, realizada nos dias de feira livre. Nela, os fiéis eram
estimulados a participar, a interagir. Costumava dizer que além da busca pelas
frutas e verduras, eles precisavam ir à igreja procurar o alimento da alma”,
pondera.
Sobre a Igreja Católica na
atualidade, Dom Matias reitera a importância do trabalho voltado à juventude e
à luta contra a miséria. “Os jovens são a nossa esperança no futuro, a força
renovadora não só da Igreja, mas de toda a sociedade. Uma população com jovens
bem assessorados, é o primeiro passo para a erradicação da pobreza. O foco do
catolicismo é esse, fortalecer as pastorais, estimular o senso de justiça,
fazer dessas práticas um instrumento de evangelização”, afirma.
Questionado sobre qual seria o
ensinamento que gostaria de deixar registrado, Dom Matias Patrício de Macêdo
foi enfático. “Assuma suas vocações, irradie o bem para quem te cerca. Tudo que
te foi dado, valores, capacidades, o carisma. Tudo isso deve ser retribuído ao
próximo, pois nele está a presença de Deus”, professa.
Fonte: JORNAL DE HOJE
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