A partir de hoje, salário mínimo terá reajuste de 8,83% no país
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O novo salário mínimo que entra em vigor no
Brasil hoje beneficiará, no Rio Grande do Norte, mais de meio milhão de
pessoas. O acréscimo de 8,83% concedido pelo Governo Federal e publicado no
Diário Oficial da União terça-feira passada (30), aumentou o vencimento mensal
de milhares de trabalhadores, aposentados e pensionistas de R$ 724,00 para R$
788,00. O valor, porém, ainda é abaixo do previsto pelo Congresso Nacional – R$
790,00 - e 3,70 vezes menor que o mínimo ideal apontado pelo Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que deveria
ser em torno de R$ 2.923,22 para o trabalhador custear suas despesas básicas.
A diferença de R$ 64,00 entre o salário mínimo
de 2014 e o que vigora a partir de hoje será responsável pela injeção de
aproximadamente R$ 32 milhões/mensais na economia potiguar. O novo valor do
salário mínimo brasileiro é o maior dos últimos 50 anos, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em termos percentuais, o novo
salário proporcionará um ganho real de 2,33% a quem o recebe. Entretanto, não
servirá como base para a concessão de aumentos para outras pessoas que recebem
valores superiores, visto que a maioria das categorias dos trabalhadores
brasileiros trabalha com dissídios coletivos que, nem sempre, ficam acima da média
da inflação.
“Quem recebe diz que é pouco e quem paga diz
que tem dificuldades. Mas, a política de ganhos salariais ao longo dos últimos
20 anos foi muito positiva para o trabalhador e aposentados que recebem somente
um salário”, avaliou o chefe da Unidade do IBGE no Rio Grande do Norte, José
Aldemir Freire. Apesar do baixo ganho real registrado este ano, em virtude da
alta inflação de 2014 e do pífio resultado do PIB brasileiro nos dois anos anteriores,
a recomposição salarial impediu que números como os registrados em 1995, um ano
após o lançamento do Plano Real, fossem novamente registrados. Naquela época, o
salário mínimo real, o que potencializa a compra, era quase três vezes menor
que o do ano passado, por exemplo.
Impacto
O impacto da circulação do novo salário mínimo
será sentido, principalmente, na economia das pequenas cidades potiguares cuja
movimentação depende quase que exclusivamente das aposentadorias e
funcionalismo público. No Rio Grande do Norte, conforme dados do IBGE,
aproximadamente 300 mil beneficiados do INSS recebem um salário mínimo. No
cenário brasileiro, o valor em vigência proporcionará mudanças econômicas,
primordialmente no Nordeste, onde se concentra uma grande parcela de
aposentados e empregados que são pagos com o mínimo fixado pelo Governo
Federal.
Questionado sobre os motivos pelos quais a
Presidência da República não aprovara um percentual de aumento maior, o
economista Aldemir Freire esclareceu que as recomposições salariais não podem
ser feitas sem que haja uma ampla avaliação do cenário econômico. “Como o PIB
do Brasil em 2014 e nos dois anos anteriores não foi satisfatório, o ganho real
é menor. Mas, ainda assim, houve um percentual acima da inflação. O crescimento
do salário mínimo está diretamente ligado ao resultado do PIB”, frisou. Dados
oficiais do Governo Federal deverão ser publicados ainda esta semana quanto ao
percentual de crescimento e inflação.
Este ano, a política de recomposição salarial
do trabalhador brasileiro criada pelo Governo Federal em 2011 encerra seu prazo
de vigência. Para Aldemir Freire, é de suma importância que haja uma
republicação do decreto que instituiu a política com a dilação da data de
vigência, para que não ocorram perdas. “A política de recomposição e a
continuidade dela é relevante para o país. Desde que entrou em vigor, ocorreu
aumento da renda média do trabalhador e diminuição da desigualdade. Eu acredito
que as regras atuais serão mantidas através da recomposição da legislação”,
comentou Freire.
Tribuna do Norte
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