Licenciamento de automóveis teve queda de 12,17% em Natal no ano passado, segundo Fenabrave
Foto: Adriano Abreu |
O número de licenciamento de
automóveis e comerciais leves novos caiu 4,95% no ano passado no Rio Grande do
Norte. Em Natal, o reflexo de um 2014
economicamente ruim para um dos setores mais importantes na geração de riquezas
do país, foi ainda pior. Os emplacamentos caíram 7,48% e superaram a média
nacional, que foi de 7,14% para veículos produzidos localmente.
Os dados, da Federação
Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), respectivamente,
comprovam a tendência nacional de recuo na comercialização de automotores, que
bateu chegou a bater recordes em anos anteriores. Ao longo de 2014, a cobrança
integral do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), que durante 2013
ficou zerado para carros e outros itens, afugentou compradores das
concessionárias, o que é visível ainda hoje.
“Nós sabíamos que venderíamos
menos em 2014. O encolhimento projetado pela montadora variava entre 7% e 8%.
Em alguns meses, porém, as vendas caíram até 10%”, afirmou o consultor de
vendas da Via Costeira Volkswagen, em Natal, Judson William Macedo. De acordo
com o consultor, três pontos contribuíram para o cenário negativo no setor de
comercialização de veículos. “A redução do incentivo fiscal, o arrocho do
crédito e a Copa do Mundo no Brasil foram muito ruins para as concessionárias”,
frisou.
Em 2014, os trabalhadores que
planejaram adquirir um veículo novo se depararam com a cobrança do IPI, que
permaneceu zerada ao longo do ano anterior e contribuiu para um aquecimento nas
vendas. Ao final do ano passado, com muitos veículos estocados, inúmeras
montadoras zeraram o imposto por conta própria para atrair mais compradores.
“Em dezembro, nós conseguimos vender mais. Muito por causa do 13º salário, pela
cultura da troca de veículos para começar o ano novo e também pelas taxas
subsidiadas pelas montadoras”, apontou o consultor de vendas Judson William
Macedo.
Pelo menos até o mês de
fevereiro, a movimentação nas concessionárias deve seguir a mesma tendência do
mês de dezembro passado, considerada pelos vendedores como muito positiva e
atípica, levando-se em consideração o volume de venda dos outros 11 meses. Uma
oxigenação nas vendas deverá ser causada pelas promoções para esvaziamento de
estoques. No pátio de uma das lojas visitadas para a composição desta
reportagem, pelo menos 50 veículos lotavam o estoque. Em outra, em torno 30
unidades recebidas em dezembro do ano passado esperam um dono. Muitas
montadoras do ABC Paulista ainda não voltaram das férias coletivas e, algumas
delas, enfrentam greves.
Com a cobrança do IPI integral
desde o dia 1º de janeiro, cuja variação vai de 3,5% a 8%, dependendo do
modelo, os carros novos ficaram mais caros. Os carros populares mais vendidos
em 2014 – Palio e Gol, respectivamente – ficaram, em média, R$ 3 mil mais
caros. O valor final, porém, depende da quantidade de acessórios escolhida pelo
comprador.
Apesar do ano ser novo, a
perspectiva de vendas é a do ano velho. “Eu acredito que o cenário atual irá
continuar. Ainda que as montadoras façam pressão, não iremos retomar um bom
volume de vendas em pouco tempo”, comentou Judson William Macedo. A situação é
ainda pior em relação ao volume de vendas de carros importados. A redução da
comercialização, em nível nacional, chegou aos 12,70% conforme dados da Anfavea.
O balanço final do Comércio de automotores será divulgado pela entidade no
início de fevereiro.
Tribuna do Norte
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