Pelo menos 36 pessoas ficaram
feridas depois que um tornado atingiu a cidade paranaense de Marechal Cândido
Rondon, no oeste do estado, segundo informações do Corpo de Bombeiros local. Na
tarde de quinta-feira, uma tempestade se formou em pelo menos seis municípios
da região e a massa de ventos e chuva se converteu rapidamente em um funil,
formato típico de ciclones. A intensidade do tornado foi F1, de acordo com a
Escala Fujita, que vai de F0 a F5, com ventos superiores a 115 km/h. Imagens
aéreas feitas por socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(Samu) mostram os estragos.
— Nesse caso, o potencial
destrutivo é moderado, com força para arrancar árvores, levantar telhas,
arrastar pessoas e carros — informou o meteorologista Fernando Mendes, do
Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), que identificou a ocorrência do
tornado.
O tornado atingiu regiões
urbanas e foi mais forte do que o comum, o que explica o número alto de
vítimas. Há 35 pessoas com ferimentos leves e escoriações e um homem, que caiu
de um telhado, em estado grave, com politraumatismo. Em Marechal Cândido
Rondon, pelo menos 1.500 casas foram afetadas pela passagem da tempestade, que
também destruiu parcialmente 200 estabelecimentos comerciais, um ginásio de
esportes e derrubou parte dos postes de eletricidade - 30% do município está
sem energia elétrica. Há pelo menos 20 famílias desabrigadas.
REGIÃO TEM POTENCIAL PARA
FENÔMENO
De acordo com o Simepar, a
Região Sul do Brasil tem potencial para formação desse tipo de fenômeno
meteorológico, sobretudo em períodos de umidade e calor, clima típico dos meses
de novembro e dezembro. No entanto, a grande maioria das células de tempestade
não se converte em tornados. Quando isso acontece, eles normalmente são
considerados leves, de classificação F0 e localizados sobretudo na zona rural.
Na tarde de quinta-feira, a mesma área de instabilidade meteorológica provocou
fortes tempestades e tornado também no estado de Santa Catarina, na região de
Chapecó, mas ainda não há medições sobre a intensidade do fenômeno.
— Há risco de termos novos
eventos desses, principalmente até o fim de dezembro. E eles evoluem muito
rápido, é difícil de prever. A célula que gerou o tornado de ontem nem era das
mais vigorosas que costumamos observar, mas as condições do momento propiciaram
o tornado. A população dessas áreas precisa ficar atenta. Quando perceber a
formação das nuvens negras, o ideal é se abrigar em lugar seguro e não
permanecer na rua — disse o meteorologista Mendes.
O Globo
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