Com o cenário político
concentrando as atenções dos investidores, o dólar comercial opera com forte
volatilidade, operando próximo aos R$ 3,70. Às 12h33, a moeda americana era
negociada a R$ 3,670 para compra e a R$ 3,672 para venda, recuo de 0,21%. Já a
Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrava leve queda de 1,11%, aos
48.510 pontos.
Pela manhã, o dólar já variou
entre a mínima de R$ 3,667 e a máxima de R$ 3,71. O andamento do processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff, na comissão especial da Câmara dos
Deputados, está no foco de atenção de investidores e analistas.
— O mercado está com um pouco
de dúvida na questão do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Há a questão
do impedimento também do vice Michel Temer e a expectativa do parecer do
relator da comissão do impeachment. O mercado está digerindo todas essas
notícias — explicou Paulo Eduardo Nogueira Gomes, economista-chefe Azmut
Brasil.
A notícia de que o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria conseguido garantir votos
suficientes para barrar o impedimento da presidente adicionam volatilidade aos
negócios. Por outro lado, cresce a expectativa de que novas notícias em relação
às delações premiadas possam fazer o impeachment seguir adiante. Os agentes dos
mercados financeiros têm sido favoráveis a uma mudança de governo, o que faz a
Bolsa subir e o dólar cair quando há sinais de enfraquecimento no governo Dilma
Rousseff.
Na terça-feira, o dólar
comercial avançou 1,76%,a R$ 3,680, uma reação à preocupação global com o
crescimento após divulgação de dados decepcionantes sobre a economia alemã e à
fala cautelosa da chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI). No exterior, o dólar
está praticamente estável, com uma variação positiva de 0,02% no “dollar
index”, calculado pela Bloomberg.
BANCOS DERRUBAM IBOVESPA
Na Bolsa, o desempenho dos
grandes bancos fazem o Ibovespa ficar em terreno negativo. Gomes, da Azmut,
lembra que a Bolsa, em dólar, já subiu cerca de 20% no ano, o que justifica uma
realização de lucros por parte dos investidores, em especial os estrangeiros.
— Não estamos em um dia de
pessimismo geral. As Bolsas no exterior sobem um pouco. Mas ocorre uma
realização natural após essa alta em dólar — avaliou.
As ações preferenciais (PNs,
sem direito a voto) do Itaú Unibanco e do Bradesco recuam, respectivamente,
1,58% e 2,28%.
Também pesa de forma negativa
o desempenho dos papéis da Vale, que anunciou nesta quarta-feira uma redução
nos investimentos. Os preferenciais caem 0,34% e os ordinários sobem 0,39%.
Logo após a divulgação do corte, os papéis chegaram a cair mais de 1%.
Já as ações da Petrobras
tentam se manter em terreno positivo. As preferenciais têm leve queda de 0,12%,
cotadas a R$ 7,82, e as ordinárias (ONs, sem direito a voto) sobem 1,62%, a R$
9,98. No mercado internacional, os preços do petróleo estão em recuperação. O
barril do tipo Brent sobe 3,35%, a US$ 39,14.
No exterior, os principais
indicadores do mercado acionário passaram a operar em alta. O Dow Jones sobe
0,33% e o S&P 500 tem alta de 0,50%. Na Europa, o DAX, de Frankfurt,
registra valorização de 0,56%. O CAC 40, da Bolsa de Paris, e o FTSE 100, de
Londres, sobem, respectivamente, 0,65% e 1%.
O Globo
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