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Foto: Wilson Dias/ABr |
Na busca por um entendimento
com integrantes da cúpula do PSDB, o vice-presidente Michel Temer (PMDB)
sinalizou nesta quarta-feira, 27, com a possibilidade de enviar ao Congresso
uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da reeleição.
Uma vez aprovada, ela
impediria que o peemedebista concorresse à sucessão presidencial em 2018.
O texto seria encaminhado com
um pacote de propostas que o vice pretende apresentar como alternativas para
reanimar a economia, caso o impeachment passe no Senado e a presidente Dilma
Rousseff seja afastada.
A discussão prévia sobre a PEC
ocorreu em encontro com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG),
realizada na residência do tucano. As conversas ocorreram um dia após o vice se
reunir com os líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e na Câmara,
Antônio Imbassahy (BA).
Além do fim da reeleição, os
tucanos têm cobrado de Temer que, caso ele assuma a Presidência, não percorra o
País pedindo votos para o PMDB, partido do qual é presidente licenciado, nas
eleições municipais de outubro.
Integrantes da cúpula do PSDB
também têm ressaltado nas conversas com o vice que a discussão sobre a
composição do novo governo seja feita de forma institucional.
A ideia é evitar que tucanos
negociem diretamente com o PMDB, como o senador José Serra (PSDB-SP) tem feito.
"Ele nos disse que tem um
conflito compreensível, de que não pode avançar, que tem de respeitar o rito do
impeachment no Senado e, ao mesmo tempo, não pode ficar parado", afirmou o
senador Cássio Cunha Lima.
"A única coisa que
pedimos é que, para ter paz conosco, que faça esse roteiro institucional."
Entre os nomes cotados para o
governo Temer está o de Serra, para o Ministério da Educação, e do também
senador Aloysio Nunes (SP) para o de Relações Exteriores.
Após ouvir as bancadas da
Câmara e do Senado, Aécio deve desembarcar nesta quinta-feira, 28, em São Paulo
para conversar com o governador do Estado, Geraldo Alckmin, e o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso sobre a agenda que o partido deve defender.
Alckmin é hoje o principal
foco de resistência à entrada de tucanos na equipe de Temer.
Fotos
Além do encontro a sós, Temer
e Aécio voltaram a se reunir uma segunda vez nesta quarta, na presença do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
As conversas ocorreram na
residência oficial do Senado. Apesar de o vice ter evitado declarações à
imprensa, Renan fez questão de abrir as portas de casa para que cinegrafistas e
fotógrafos registrassem o encontro do trio.
Após as conversas, Aécio
afirmou que Renan perguntou sobre as intenções do PSDB num futuro governo
Temer.
"O que ele busca saber
são as intenções do PSDB especificamente em relação ao apoio a essa agenda.
Qual é a intenção do PSDB em relação ao governo Michel", disse Aécio.
"Disse a ele de forma
muito clara que temos compromisso com o Brasil. Também conversamos sobre a
tramitação do processo de impeachment, e ele ficou, a meu ver, feliz com a
indicação e aprovação do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) como relator do
processo na Comissão Especial."
Estadão Conteúdo
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