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O ministro Henrique Meirelles
concede entrevista a jornalistas após café da manhã (Antonio Cruz/Agência
Brasil)
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Após a aprovação do teto para
os gastos públicos, as mudanças na Previdência Social passam a ser prioridade
do governo em 2017, disse hoje (21) o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Em café da manhã com jornalistas, ele declarou que este será o principal item
da agenda do governo no próximo ano.
“A priorização é fundamental
em qualquer atividade, inclusive na atividade legislativa, não há dúvida. A
prioridade número 1, certamente, é a reforma da Previdência”, disse Meirelles.
Ele também destacou as medidas microeconômicas que pretendem aumentar a
produtividade do país, as mudanças tecnológicas que facilitam a vida dos
cidadãos e das empresas, como a simplificação do pagamento de impostos e de
obrigações trabalhistas.
“O governo federal não está de
mãos atadas. Tem adotado ações positivas para o crescimento. Este governo não
adotará práticas artificialistas, que levaram a grandes fracassos no passado.
Não há ideias iluminadas para que a economia comece a crescer rapidamente. A
economia tem sua dinâmica”, enfatizou.
Dívida dos estados
Para o ministro, este ano
mostrou que o Brasil está enfrentando questões fundamentais e empenhado em
resolver os problemas fiscais. Sobre o projeto que cria condições especiais de
renegociação para os estados mais afetados pela crise econômica, Meirelles
minimizou a derrota na votação de ontem (20) e disse que as contrapartidas derrubadas
pelos deputados serão mantidas nas negociações individuais com os estados que
pedirem socorro.
“Adotamos uma postura firme de
que o ajuste fiscal é condição essencial. Os estados terão de apresentar as
condições a serem aprovados pelo governo. Se não cumprirem, serão excluídos [do
programa]. O projeto mantém o essencial porque os estados terão de fazer os
ajustes para serem aprovados pelo Ministério da Fazenda e homologados pelo
presidente Michel Temer”, declarou.
O ministro não quis antecipar
se o presidente Temer irá sancionar ou vetar o texto aprovado na Câmara dos
Deputados. Segundo Meirelles, todas as possibilidades estão sendo estudadas.
“Nossa posição é de responsabilidade. Não se precipitar e não tomar reações não
bem pensadas. Não temos nossa decisão aqui na manhã do primeiro dia [seguinte à
derrota na Câmara]”, afirmou.
Inflação
No balanço de fim de ano, o
ministro destacou ainda os esforços do Banco Central (BC) para reduzir a
inflação. De acordo com Meirelles, o dado ajudará o Banco Central a definir
melhor a trajetória para os juros básicos da economia em 2017, e o Ministério
da Fazenda está fazendo sua parte ao conter os gastos públicos para segurar a
inflação. Divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o IPCA-15, que serve de prévia da inflação oficial, fechou o ano em
6,58%, próximo do teto da meta, de 6,5%.
“Na medida em que a inflação
corrente e, principalmente, a expectativa de inflação caem e convergem para o
centro da meta, isso dá melhores condições ao Bano Central. O ajuste fiscal é
muito importante no processo porque cria condições básicas para a taxa de risco
cair. Isso permite ao Banco Central, com inflação caindo e risco de inflação
caindo, entrar numa trajetória mais positiva em 2017", disse Meirelles.
Agência Brasil
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