O empresário Aluizio Dutra de
Almeida, assessor do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN),
pediu demissão ontem. Henrique Alves é o favorito na disputa para a presidência
da Câmara para o próximo biênio. A eleição será no dia 1º de fevereiro.
Concorrem também os deputados Júlio Delgado (PSB-MG) e Rose de Freitas
(PMDB-ES).
De acordo com notícias da
Folha de S.Paulo, publicadas no domingo e ontem, o assessor é sócio da Bonacci
Engenharia e Comércio Ltda, uma empresa que recebeu dinheiro público de emendas
parlamentares do próprio Henrique Alves. Pelo menos três prefeituras do Rio
Grande do Norte contrataram a empresa por meio de emendas apresentadas Henrique
Alves ao Orçamento Geral da União. Também foi divulgado que o Departamento
Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), controlado por Henrique Alves,
repassou mais R$ 1,2 milhão para a Bonacci Engenharia por meio de convênios com
prefeituras. Aluizio Dutra é tesoureiro do PMDB do Rio Grande do Norte. Ele
trabalhava com o líder do PMDB desde 1998.
"Diante dos
questionamentos suscitados pela imprensa envolvendo o meu nome como sócio
quotista de empresa na qual nunca exerci função de gerência e embora os atos
questionados tenham sido praticados através de licitação e fiscalizados pelos
órgãos de controle estatal, como CGU e TCU, pedi minha exoneração do cargo, em
caráter irrevogável", destacou o ex-assessor na carta de demissão.
Segundo reportagem do jornal O
Globo, Henrique Eduardo Alves está sendo alvo do "fogo amigo",
reflexo não apenas da disputa pelo principal cargo do Congresso Nacional, mas
também devido à eleição para o novo
líder do PMDB, que envolve três parlamentares peemedebistas.
Na disputa pela liderança do
partido, que possui a segunda maior bancada na Câmara, estão de um lado
Henrique Eduardo Alves e o vice-presidente Michel Temer, cujo candidato é o
deputado federal Sandro Mabel. O cargo também é pretendido pelo deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha é aliado dos peemedebistas Geddel Vieira Lima e
do irmão Lúcio Vieira Lima. O terceiro candidato na disputa é Osmar Terra,
deputado federal pelo Rio Grande do Sul.
Além das denúncias nos jornais
sobre ingerência na liberação de emendas
parlamentares, a revista Veja, desta semana, publica que a verba de gabinete do
peemedebista teria, supostamente, "sido usada para pagar gastos com
locação de automóvel contratada a uma empresa fantasma".
Em nota, a assessoria do
deputado nega a informação e destaca que a empresa Global Transportes, sediada
no Distrito Federal, presta serviço regular ao parlamentar. A assessoria do
deputado afirma que "apesar da empresa contratada pelo gabinete
parlamentar, Global Transporte, estar legalmente constituída e haver
apresentado toda documentação exigida para fornecer o serviço, foi determinada,
pelo deputado, a apuração rigorosa da existência de possíveis irregularidades
conforme noticiadas na reportagem".
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