O custo dos alimentos está em
alta em 18 capitais e Natal é uma delas. Segundo o Departamento Intersindical
de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta básica, uma lista
de 12 produtos pesquisados pelo órgão, subiu 12% em janeiro em relação a
dezembro e 26% em um ano, na cidade, registrando o maior avanço do país. Para o
economista e ex vice-presidente da Associação dos Supermercados no Rio Grande
do Norte (Assurn), Eugênio Medeiros, os percentuais são atípicos, estão
relacionados a fatores como problemas climáticos, mas devem ser reduzidos em
breve para a maioria dos produtos.
De acordo com Medeiros, por
trás do avanço dos preços nas prateleiras está um conjunto de vilões que vão
desde a seca no estado e no Nordeste até a escassez de grãos em países como
Estados Unidos, onde a quebra de safra de milho, por exemplo, normalmente
estimula a compra do produto de fornecedores como o Brasil. O resultado é que
no mercado brasileiro sobem não só os frutos dessa matéria-prima, como o fubá,
mas também as rações de alimentação animal, resultando em encarecimento das
carnes. "Estamos observando uma série de produtos com aumento acima da
média. Isso vai passar, mas no momento tem sido crítico", analisa o
economista.
Para Medeiros, a tendência é
de queda para a maioria dos produtos. Mas não é possível fazer uma projeção
uniforme, segundo analisa. "Há um comportamento variado. Já começamos a
perceber queda no preço do arroz, que foi um dos que tiveram alta significativa
no final do ano. Agora já temos recebido ofertas com preços de 8% a 10% mais
baixos do que estávamos pagando", afirma. Outros alimentos, como a farinha
de mandioca, porém, continuam em alta. O preço subiu de cerca de R$ 2 para R$ 5
em um ano. O motivo foi a seca, que prejudicou a produção e reduziu a oferta do
produto no mercado.
O custo da carne, por sua vez,
poderá cair. Com a suspensão da exportação para alguns países, após a
confirmação de um caso considerado não-clássico do agente da doença da vaca
louca - que não é nada que implique em risco, diz Medeiros - poderá aumentar a oferta no mercado interno e o
produto poderá ficar mais barato.
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